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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O VOO DE ARTURO FERRARIN E CARLO DEL PRETE A NATAL EM 1928 E O NOSSO MAIS IMPORTANTE PRESENTE

Dentre os inúmeros “raids” de aviação que utilizaram Natal como ponto de apoio, durante as décadas de vinte e trinta do século passado, um deles deixou como legado histórico para a nossa cidade, um presente que apenas outra cidade do Novo Mundo tem orgulho de ostentar. Uma legítima coluna de mármore, vinda do Capitólio Romano, com 2.000 anos de idade.
Coluna Capitolina
E este emblemático presente foi conseguido apenas com um gesto que é típico, comum e totalmente natural para quase todos os potiguares; sempre, ajudar e acolher dignamente aqueles que nos visitam.
Foi isto que ocorreu na então pequena Natal de 35.000 habitantes, em 1928, quando recebemos dois pilotos italianos que aqui chegaram com a intenção de bater um importante recorde, na época em que voar era uma ação pioneira e perigosa.
Mas como Natal foi incluída neste trajeto e porque da nossa cidade foi contemplada com este presente?
As Causas 
Durante a segunda metade dos anos vinte do século passado, a Itália estava dando muita atenção e patrocinando empreitadas aéreas pelo mundo afora.
O país chegaria até mesmo a investir em explorações aéreas no ainda pouco conhecido Polo Norte. Em 15 de abril de 1926 o ditador italiano Benito Mussolini patrocinou a ida do dirigível batizado como “Itália”, comandado por Umberto Nobile e composto de uma tripulação de militares e cientistas. Após alcançar o Pólo Norte, no dia 28 de maio, o “Itália” cai no gelo. Uma grande e frenética expedição de socorro, com a participação de vários países foi organizada. Caberia ao quebra-gelo “Krassin”, da extinta União Soviética, resgatar parte do grupo.
Benito Mussolini
Na visão governamental a expedição de Nobile foi um vexame. Para Mussolini ver o nome do país em um dirigível caído na banquisa polar não era nada positivo para seu governo, que era pra lá de personalista e extremamente nacionalista. Todos estes fatos levam o Governo Italiano a responsabilizar severamente Nobile pelos problemas ocorridos, sendo ele acusado de abandonar seus companheiros.
Para alcançar novos feitos aeronáuticos enaltecendo a força do seu governo, Mussolini convoca o Secretário da Aeronáutica Ítalo Balbo, para idealizar novos projetos aéreos que possam apagar dos noticiários a tragédia do dirigível “Itália”.
Ítalo Balbo
Um destes empreendimentos gera um novo aeroplano na fábrica Savoia-Marchetti, em Sesto Calende, na província de Varese. Este avião tinha a missão era bater dois recordes aeronáuticos de reconhecimento mundial: o de voo em distância e duração em circuito fechado e o recorde de distância em vôo em linha reta.
Este último recorde estava em poder dos pilotos norte americanos Clarence D. Chamberlin e Charles A. Levine, que entre os dias 4 e 6 de junho de 1927 decolaram de Nova York com destino a Berlim, mas são obrigados a pousar pôr falta de gasolina em Eisleben (Alemanha). Mas estes pilotos conseguem completar a espantosa marca para a época de 6.294 quilometros de distância percorrida.
Na Itália são escolhidos os dois homens para bater esta marca. Serão os experientes aviadores Arturo Ferrarin e Carlo Del Prete.
Os pilotos e Sua Máquina Aérea
Arturo Ferrarin
Arturo Ferrarin era conhecido pelo apelido de “IL Moro” (o mouro), pôr possuir pele morena. Nasceu em 13 de fevereiro de 1895 na cidade de Thiene, província de Vicenza, na região do Veneto e a sua paixão pela aviação começa cedo. Com a Primeira Guerra Mundial é incorporado ao Batalhão de Aviação, sendo enviado a 75º esquadrilha de caça, participando primeiramente como metralhador de cauda. Em 1916 consegue seu brevê e em 1917 é incorporado a 82º esquadrilha de caça. Ao terminar o conflito Ferrarin ostenta duas cruzes de mérito, uma medalha de bronze e uma de prata de valor militar. Com o desenvolvimento da aviação e o surgimento dos “raids”, Ferrarin decide realizar, ao lado do piloto Guido Masiero, um percurso inédito entre a Itália e o Japão. Será utilizado na aventura um simples biplano italiano SVA, de estrutura de madeira, coberto com lona, cabina aberta e sem radiocomunicação. Este “raid” foi idealizado pelo poeta italiano Grabielle D’Annunzio, durante uma fase de intenso intercâmbio entre os dois países. Os dois pilotos partiram no dia 14 de fevereiro de 1920, percorrendo 18.000 km, em quarenta e duas etapas cheias de contratempos, durante 106 dias e chegando ao país do sol nascente no dia 31 de maio. No Japão foram recebidos como heróis, tendo inclusive o imperador japonês entregue aos aviadores espadas de samurai em reconhecimento pelo esforço.
No retorno a Itália, os dois pilotos foram praticamente ignorados pelo Governo e pela imprensa. Para Ferrarin a dor só não foi pior pela intensa manifestação positiva realizada em Thiene, sua cidade natal.
Em 1926 e 1927 Ferrarin participa como membro da equipe italiana, de duas edições da então famosa Copa Schneider. Esta era uma competição de velocidade para aviões em circuito fechado. Após sua participação em 1927, ele é convocado para bater o recorde em direção ao Brasil.
Carlo Del Prete
Já Carlo Del Prete nasceu em Fivizzano, na província de Lucca, em 21 de agosto de 1897. Aos 15 anos já é ingresso na Academia Naval de Livorno, alcançando o posto de guarda-marinha e embarca na nave “Giulio Cesare” para participar da Primeira Guerra Mundial. Depois é transferido para o setor de submarinos e participa de várias ações de combate. A partir de 1917 passa a interessar-se pela aeronáutica, tendo conseguido seu brevê de piloto aviões em 6 de outubro de 1922. No ano seguinte forma-se em engenharia mecânica e eletrotécnica e tempos depois sofre um grave acidente aéreo no Golfo Della Spezia. Mesmo depois de uma recuperação lenta e penosa, Del Prete não desiste da aviação e entre fevereiro e junho de 1927, participa com o Marquês Francesco De Pinedo da dupla travessia do Atlântico no avião “Santa Maria”.
Este “raid” o traria pela primeira vez a Natal e sendo justamente esta visita que definiria a rota a ser seguida. Del Prete não chegou nem a desembarcar do hidroavião pousado no Rio Potengi, mas compreendeu as vantagens da capital potiguar em relação a ser o melhor ponto de apoio no Brasil para quem atravessa de aeroplano o Oceano Atlântico.
Savoia-Marchetti S-64
Em Sesto Calende o engenheiro Alessandro Marchetti desenvolveu uma aeronave com 21,50 metros de área de asa, peso total de 6.800 quilos, com 27 tanques de combustível, que lhe conferia um peso de combustível de 3.850 quilos. A nave possuía uma rudimentar estação de rádio que transmitia em código Morse, mas não captava ninguém. Para manter o avião no ar ele possuía um motor FIAT A22T, com 12 cilindros e 550 HP de potência, que proporcionava uma velocidade media de 163 km/h, tudo acondicionado em um único monobloco de madeira. Ela foi batizada com o Savoia-Marchetti S-64.
O S-64, seus engenheiros e pilotos
A Rota e o Início do Voo 
Del Prete sabia que os ventos em direção a Natal são mais os favoráveis para a missão desejada. Tem o conhecimento que a cidade possui certa infraestrutura de apoio, comunicação e que um novo campo de pouso criado pelos franceses está em operação, em um lugar que ficaria mundialmente conhecido como Parnamirim.
Visita de Mussolini e Balbo a Ferrarin e Del Prete
Outro fator que teria estimulado a rota em direção a Natal foi o episódio envolvendo os espanhóis do avião “Jesus Del Grand Poder”. Estes tinham fracassado ao tentarem bater o mesmo recorde de distância dos Norte-americanos Chamberlin e Levine, utilizando, entretanto uma rota em direção ao oriente. A desistência ocorreu pôr conta de uma forte e inesperada tempestade de areia sobre o Iraque, que danificou o aeroplano espanhol. Apesar da travessia sobre o Atlântico, este episódio mostrou que a rota para Natal era muito mais tranquila.
Mapa de época com o trajeto para a quebra do recorde em circuito fechado
Mas antes do “raid” para o Brasil, os dois pilotos batem na Itália o recorde de duração e de distância de voo em circuito fechado. Este evento constituía de decolar o avião, circular por uma área pré-determinada pelo máximo de tempo possível, sendo toda hora observados por juízes. Era uma prova de resistência que foi efetuada entre os dias 31 de maio e 2 de junho de 1928, onde os dois italianos percorreram uma distância de 7.667 km, em um tempo total de 58 horas e 34 minutos, a uma velocidade média de 139,2 km/h.
Del Prete ovacionado com a quebrado recorde em circuito fechado
Animados pôr este feito, um mês depois, no campo de aviação de Montecelio, próximo a Roma, numa pista com 1.200 metros de extensão, construída propositadamente com inclinação acentuada para facilitar a decolagem, o Savoia-Marchetti S-64 alça voo no dia 3 de julho de 1928, ás 18:51 no horário local.
Decolagem do S-64 de sua pista especial
Ferrarin e Del Prete seguiram então sem maiores problemas para a costa mediterrânea da África. Eles sobrevoaram sem paradas a colônia britânica de Gibraltar, Casablanca, Villa Cysneiros, Lãs Palmas, São Vicente, Porto Praia e depois iniciaram a travessia do grande Oceano Atlântico.
A Chegada em Touros 
Já no dia 27 de junho os jornais de Natal informaram a partida de Ferrarin e Del Prete da Itália e a partir de então crescia a tensão para a chegada dos pilotos.
O S-64 em voo
Conforme nos conta Paulo Pinheiro de Viveiros, em seu livro “História da aviação no Rio Grande do Norte”, na manhã do dia 5 de julho a estação de rádio da Marinha, localizada em Réfoles, as margens do Rio Potengi, captou a informação que os italianos estavam a apenas 50 milhas náuticas do Arquipélago de São Pedro e São Paulo. Depois de ser confirmada a notícia por uma estação telegráfica particular, não houve mais informações sobre os aviadores.
A população natalense prestava bastante atenção aos céus, aguardando com ansiedade a chegada do Savoia-Marchetti S-64. Por ironia do clima e para dificultar a situação dos italianos, desde o dia 3 de julho chovia muito forte no nosso litoral. Durante todo dia 5, Natal estava coberta pôr pesadas nuvens e o povo já dava como certo que o avião italiano seguiria para Recife.
Após alcançarem o litoral os aviadores vagaram por várias áreas, existindo a suspeita que chegaram até mesmo a alcançar estados vizinhos. Retornaram a região onde avistaram primeiramente a costa brasileira e finalmente, ás 16:10 da tarde, sobrevoaram Natal. Da cabine Ferrarin e Del Prete viram as pessoas que acenavam com lenços brancos das ruas.
Após sobrevoarem Natal, buscaram o campo de Parnamirim, que sabiam ficar ao lado de uma estrada de ferro, mas sem resultado positivo. Seguiram então a baixa altitude em direção norte, passando sobre as praias em busca de um local de pouso. Ao sobrevoarem a praia de Genipabu foi observado pôr um fazendeiro, que prontamente reportou o fato para a sede do jornal “A Republica” e para as autoridades da cidade.
Sejam motivadas pelo relato deste observador, ou pela falta de maiores notícias, as autoridades da cidade aprestaram rapidamente o rebocador do porto de Natal, o “Lucas Bicalho”, para tentar ajudar os italianos que estariam em alguma das então desertas praias do litoral norte. Faziam parte da tripulação o engenheiro Décio Fonseca, chefe do porto de Natal, o comandante da Escola de Aprendizes de Marinheiros, Nereu Chalreu, o piloto da Marinha do Brasil, Djalma Petit e outros.
O rebocador estava preste a partir quando a tripulação foi informada que o aeroplano e seus aviadores encontravam-se na cidade costeira de Touros, hóspedes do vigário local, o padre Manuel da Costa.
Na manhã seguinte, dia 6 de julho, um avião Breguet XIV, número 158, da C. G. A. (Compagnie Generale Aeropostale) pilotado pelo francês André Depecker, acompanhado pelo mecânico Chaulat, decolou do aeródromo de Parnamirim, seguindo a linha litorânea até Touros, a 80 quilômetros de Natal.
As autoridades locais e os visitantes foram ao encontro do avião que estava a dois quilômetros da pequena cidade litorânea, sobre uma área de dunas, entre 600 metros e a um quilômetro da beira mar.
O S-64 pousado em Touros
O aposentado Geraldo Lopes de Oliveira, nascido no então vilarejo de Touros, tinha oito anos à época do pouso forçado do Savoia-Marchetti S-64 naquela localidade. Em declarações ao jornal “Diário de Natal” (25/01/1998), disse que “acompanhou de perto a chegada dos pilotos italianos”. Declarou que na ocasião “o vilarejo tinha cerca de 800 habitantes e o barulho causado pela aeronave assustou a população local”.
No outro dia, já mais repousados, os aviadores italianos conseguiram que dois pescadores ficassem como vigias junto ao avião, até que pudesse o mesmo ser transportado. Essa tarefa coube aos pescadores Antônio Marcolino e Antônio Pereira, segundo relato do Sr. Geraldo. Em troca, os improvisados vigias poderiam consumir a farta alimentação trazida a bordo, juntamente com seus familiares. Esta alimentação, com estoque para 15 dias de viagem, fora preparada pelo renomado restaurante “Casina Valadier”, localizado na área da Villa Borghese, mais precisamente na Piazza Bucarest, em Roma.  Seguramente foi uma degustação bem diferente a qual as famílias dos improvisados vigias estavam acostumadas.
O S-64 na beira mar de Touros
Com o auxílio de cerca de 80 homens da cidade, foi aberta uma picada que possibilitou o deslocamento da aeronave do local do pouso à praia. No dia 7 de julho, Del Prete e Ferrarin estavam a bordo do rebocador “Lucas Bicalho” com o objetivo de transportar o Savoia-Marchetti S-64 para Natal e submetê-lo aos reparos necessários. Como o rebocador não tinha condições de aproximar-se da praia, o avião foi primeiramente colocado numa balsa e depois atado ao valente “Lucas Bicalho”. Em seguida iniciou-se o lento e cuidadoso deslocamento para a capital potiguar.
Em Natal 
O S-64 as margens do Rio Potengi, nas proximidades da área do prédio histórico da Rampa
Enquanto o avião era consertado os dois heróis foram muito homenageados. Eles foram os únicos aviadores estrangeiros deste período que receberam títulos de “Cidadão Natalense” em solenidade realizada no palácio do Governo. Eles foram entusiasticamente saudados pela comunidade e autoridades, entre elas o então governador Juvenal Lamartine.
Rota do S-64 da Itália para o Brasil
Foram remetidas notícias para todo o mundo do pouso dos italianos em Touros. No total foram completados 7.158 quilômetros de distância, em 58 horas e 30 minutos de voo ininterrupto, a uma velocidade média de 175 km/h. Os recordes foram homologados a partir de cálculos fixados pela Comissão Técnica do Aeroclube do Brasil e encaminhados ao Embaixador da Itália no Brasil, através de ofício datado de 9 de julho de 1928. Os resultados foram também comunicados ao Real Aeroclube da Itália e à Federação Aeronáutica Internacional, para fins da necessária homologação.
Os pilotos ficaram hospedados no Palace Hotel, no bairro da Ribeira, sendo carinhosamente assediados pela população local e recebendo diversas homenagens. Naquele momento a cidade também recebia a visita da líder feminista brasileira Bertha Lutz, que promovia a campanha do voto feminino. Os pilotos tiveram um encontro com a Senhorita Lutz e explanaram a necessidade das mulheres participarem da aviação, no que foram muito elogiados nos jornais locais.
Natal. Av. Rio Branco em 1928
Ferrarin e Del Prete encantaram a população potiguar pelo extremo cavalheirismo e atenção, participando de diversas atividades sociais.
S-64 sendo içado para reparos no porto de Natal
Levaram vários dias para o Savoia-Marchetti S-64 ficar em condições para realizar uma decolagem e seguir em direção sul. O jornal “A República” informa que o hidroavião batizado como “Potyguar”, pertencente à empresa Sindicato Condor, trouxe do Rio de Janeiro as peças e os mecânicos para ser feita à manutenção e realizar uma nova decolagem. Este mesmo jornal relata que o Savoia-Marchetti S-64 ficou na Gamboa Jaguaribe, no lado esquerdo do Rio Potengi, próximo ao Porto do Cajueiro. Tudo indica que o concerto do avião foi realizado neste local, onde o terreno é plano, mas o solo não é muito rígido. Na pressa de seguirem o Rio de Janeiro, então a Capital Federal, os italianos decidiram arriscar a decolagem nesta área. Quando procediam à manobra, o trem de pouso enterrou na areia e pôr pouco o avião não capotou.
O S-64 "atolado" no outro lado do Rio Potengi
Diante do ocorrido e passados vinte e três dias após a chegada ao Rio Grande do Norte, Ferrarin e Del Prete viajaram de Natal para o sul do país a bordo de um avião Bréguet, da Aeropostale.
No dia 1 de agosto de 1928, os jornais locais informam que o avião S-64 será transportado para o Rio de Janeiro no vapor “Macapá”. Tudo indica que esta aeronave foi doada ao Governo Federal, sendo a informação não confirmada.
Ferrarin e Del Prete ovacionados no Rio de Janeiro
Na então Capital Federal, os aviadores eram os heróis do momento, mas o destino lhes seria cruel e traria uma nova e triste situação.
A Tragédia
Em uma ocasião, em companhia do Suboficial Raul Inácio de Medeiros, os pilotos italianos decolaram com um aeroplano Savoia-Marchetti S-62 (similar ao S-64), para um voo de testes. Os três tripulantes ocuparam os seus lugares, cabendo a Del Prete a pilotagem. Foi dada a partida no motor, o Savoia-Marchetti afastou-se lentamente do atracadouro e iniciou a decolagem tomando o rumo sul da Baía de Guanabara.
A aeronave evoluía numa altura calculada em 50 metros quando subitamente, numa curva fechada para o lado direito, projetou-se contra as ondas. Rapidamente foram providenciados socorros, deslocando-se diversas lanchas da Escola de Aviação Naval da Marinha do Brasil ao local do acidente.
Desenho do quarto do hospital onde agonizava Del Prete, publicado em um jornal carioca e reproduzido pela imprensa recifense
Os três tripulantes foram encaminhados imediatamente à enfermaria para receberem os primeiros socorros.
O ferido mais grave era Del Prete, que tinha fraturado ambas as pernas, além de se queixar de fortes dores no tórax. A notícia do acidente rapidamente tomou conta da cidade, sendo várias vezes transmitidas em boletins especiais das rádios locais. A imprensa passou a acompanhar o assunto, divulgando entrevistas, editoriais e matérias especiais.
O suboficial brasileiro ferido na queda do avião, sendo visitado por Ferrarin
Na Casa de Saúde São Sebastião, Del Prete sofreu algumas cirurgias, mas seu estado foi piorando gradativamente. A amputação da perna direita não impediu que a infecção se generalizasse e Carlo Del Prete faleceu ao amanhecer do dia 16 de agosto, oito dias após o acidente.
As Homenagens e o Legado da Aventura 
O corpo foi embalsamado, levado a Embaixada Italiana, onde ocorreu o velório. A romaria à representação diplomática foi impressionante para a época. Cálculos efetuados mostraram que cerca de dez mil pessoas passaram em frente à urna funerária, em um último adeus ao herói que deu a vida na conquista de um ideal. Seguiu-se a missa de corpo presente, após foi realizado o cortejo a pé, saindo do Bairro das Laranjeiras, passando pelo Catete, Flamengo, cruzando a Avenida Rio Branco para chegar à Praça Mauá, onde se encontrava atracado o navio italiano “Conte Rosso”. Este transatlântico estava casualmente de passagem pelo Rio de Janeiro, tendo Gênova, na Itália, como ponto de destino.
Pôr onde o cortejo passava, as ruas estavam repletas. Um jornalista comentou que “O ambiente era de irresistível sugestão dolorosa e a população ali estava presente, pois o nome do herói, desde a ocasião do acidente, havia alcançado a simpatia do povo, comovida e triste com o desenlace”.
Com o retorno de Ferrarin a Itália, o mesmo passou a se dedicar a descrever sua viagem em companhia de Del Prete. Logo lançou um livro intitulado “Voli por il Mondo” (Voando pelo mundo), que foi um estrondoso sucesso de vendas. Em sua obra Ferrarin enaltece a atenção recebida dos brasileiros, especialmente os fatos ocorridos em Touros e o tempo em que estiveram em Natal, criando na Itália a ideia de presentear o Rio Grande do Norte pelo apoio ofertado aos seus pilotos.
Capa do livro de Ferrarin
Para o governo de Mussolini, a morte de Del Prete significou o fim dos “raids” com apenas uma aeronave. No futuro, apenas esquadrilhas italianas seriam patrocinadas pelo governo e, desta forma, Natal receberia a sua “Coluna Capitolina”.
Em 1931, comandada por Ítalo Balbo, uma esquadrilha de aviões “Savoia” amerissava no Rio Potengi, enquanto um navio de guerra italiano transportava no seu porão o nosso mais importante regalo presenteado a Natal por uma nação estrangeira.
Quadro existente na Itália, mostrando a chegada de Balbo a Natal
Tempos depois, em outro famoso “raid”, Balbo e outra numerosa esquadrilha de “Savoias”, visitaram os Estados Unidos, mais precisamente a cidade de Chicago. Esta cidade receberia idêntico presente que anteriormente fora ofertado a Natal. Vale frisar que Chicago é uma cidade que possui uma das maiores colônias de imigrantes italianos nos Estados Unidos, sendo compreensível à oferta do presente. Já Natal, com tão poucos imigrantes italianos entre a sua população, recebeu o distinto artefato unicamente pela disposição de ajudar seus visitantes, qualidade natural do seu povo.
Pode-se argumentar que neste período o governo Italiano desejava uma aproximação diplomática mais forte com o governo brasileiro e que a Coluna nada mais era que um “mimo” para sacramentar esta relação. Mas já que a ideia era esta, por que então não doar a antiga Coluna para a Capital Federal, o Rio de Janeiro? O monumento ficaria ótimo em alguma praça de Copacabana.
Postal italiano mostrando a Coluna Capitolina em seu primeiro local de exibição em Natal, próximo ao porto
Outra argumentação poderia ser que a Coluna Capitolina foi doada pelos italianos a Natal para “amaciar” a instalação de uma futura agência de aviação comercial daquele país na cidade. Com isso os italianos desejavam marcar sua posição em uma das mais importantes estações de aviação a nível mundial, fazendo companhia as empresas de aviação de franceses, alemães e norte-americanos já instaladas por aqui. Mas este fato só ocorreria alguns anos depois.
Daí surge uma questão; para conseguir a instalação deste ponto de apoio aeronáutico, os italianos necessitariam se doar um dos seus preciosos artefatos históricos com 2.000 anos?
Mesmo sem receber igual homenagem, em novembro de 1999, a Prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou um busto homenageando o piloto Carlo Del Prete, em uma praça que leva o seu nome, no bairro das Laranjeiras.
Já em Natal, até há pouco tempo, a Coluna Capitolina, nosso maior presente, estava embaixo de um viaduto e apenas por iniciativa dos membros do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, esta peça atualmente repousa ao lado desta casa que preserva a memória da nossa terra.
O Livro “Os Cavaleiros dos Céus-
A Saga do Voo de Ferrarin e Del Prete 
Em 2009, quando fazia parte da Fundação Rampa, junto com Fred Nicolau criamos o livro “Os Cavaleiros dos Céus-A Saga do Voo de Ferrarin e Del Prete”. Esta obra possui 184 páginas, mais de oitenta fotos e mapas, com tiragem de 1.150 exemplares, projeto e coordenação editorial de José Correia Torres Neto e está inscrito na Biblioteca Nacional com ISBN 978-85-909424-0-5, com direitos autorais pertencentes aos autores.
Este trabalho contou com o apoio da Força Aérea Brasileira, Embaixada da Itália no Brasil, UNP-Universidade Potiguar, Prefeitura Municipal de Touros, entre outros.
Para maiores detalhes sobre este trabalho, sugiro aos leitores verem os links abaixo;
http://tribunadonorte.com.br/noticias/114722.html
http://www.dnonline.com.br/ver_noticia/13358/
http://www.thaisagalvao.com.br/tg/visualizar/11461/blog

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O distrito da Pipa, as praias e seus nomes primitivos

Por ORMUZ BARBALHO SIMONETTI

DUNAS DA DIVISA TIBAU/PIPA

Quem se desloca da cidade de Tibau do Sul para a praia da Pipa utilizando a antiga estrada carroçável por cima das falésias, logo vai passar por duas grandes dunas de areia postadas uma ao lado da outra. Tradicionalmente são essas dunas, que estabelecem o limite entre a praia de Tibau do Sul e Pipa. O local é de fácil identificação, pois é lugar de parada obrigatória, aos que querem apreciar uma das mais belas vistas daquele litoral.

Nessa área a falésia é desprovida de qualquer vegetação e sua constituição mistura-se entre a argila vermelha, que predomina toda a região, e a argila de cor branca, mais presente especificamente nesse local.
Ao descer a falésia encontramos a primeira das 11 praias que compõe o complexo de praias do distrito da Pipa. O nome Cacimbinhas vem de antigas cacimbas de água doce que se localizavam próximas as falésias. Bastava cavar um pouco e logo a água doce e cristalina aflorava com facilidade.

Em seguida vem a praia do Madeirinho. O nome esta diretamente ligado a próxima praia, denominada Madeiro, por ter as mesmas características geográficas, porém em tamanho reduzido.

PRAIA DO MADEIRO

Já a praia do Madeiro recebeu esse nome em virtude da existência de uma baía de águas calmas no lado norte da falésia. Era lá onde os franceses ancoravam suas naus e abasteciam com o nosso pau-brasil. A madeira conseguida através de escambo se destinava ao continente europeu onde era vendida a peso de ouro para ser utilizada como corante nas indústrias de tecidos.


PRAIA DO CURRAL DO CANTO

A seguir, na outra ponta da enseada, localiza-se a praia do Curral do Canto, ou praia do Canto ou ainda como é conhecida atualmente, Baía dos Golfinhos.
Circulando a falésia que se projeta em direção ao mar, chega-se a praia da Baixinha. Essa praia é muito freqüentada por veranistas e turistas quando acontecem marés baixas, ocasião em que diversas piscinas ficam à mostra em meio aos recifes de coral. Além do banho maravilhoso, não é difícil o freqüentador ser contemplado com a visão de alguns animais marinhos, além de pequenos peixes multicor, que habitam aquelas piscinas.

PRAIA DA BAIXINHA

Prosseguindo, chega-se a praia do Porto de Baixo contígua à praia do Porto, onde são ancoradas as embarcações. Por ocasião das marés de vazante, os recifes de coral ficam à mostra impedindo a entrada dos barcos no porto. Então as embarcações que precisam chegar ao ancoradouro utilizam a rota do porto de baixo, onde parte dos recifes ficam submersos, permitindo a navegação com segurança.
Chega-se então a praia do Centro onde se localizam a maioria das casas de veraneio e o comercio a beira mar.

PRAIA DO PORTO

Após a praia do Centro que se estende até o morro do Castelo (nome do antigo proprietário) chega-se a praia denominada Poço das Mulheres. Esse local recebeu essa denominação, pois em épocas passadas, era onde as mulheres da comunidade utilizavam para toma banho. Como não conheciam roupas apropriadas, tomavam banho completamente despidas. O local era bastante deserto e raramente alguém se aventurava por lá.
A próxima praia é Afogados. Nesse local o mar é aberto e não existem as formações de recifes de coral. A praia é muito freqüentada principalmente por turistas. A constância das fortes ondas impulsionadas pelos ventos advindos de sua localização atrai praticantes de esportes náuticos, principalmente o surf.

PRAIA DO CENTRO

De lá podemos avistar a praia do Moleque marcada pela sua famosa pedra, que contornada pelas falésias que compõe o Chapadão, nos propicia uma visão espetacular daquela pequena baía, ornada por coqueiros e pequenas dunas que se formam na beira mar. Em seguida vêm as praias mais desertas e consequentemente menos freqüentadas. Cancelas, que recebeu esse nome por sua formação geográfica, praia das Minas, por apresentar algumas inscrições rupestre e por último a praia de Pedra d’água que se limita com o distrito de Sibaúma. O nome vem de antigas poças de água de chuva que se formavam nas pedras existentes no local.

PRAIA AFOGADOS E ENSEADA DA PRAIA DO MOLEQUE

Esse artigo tem por finalidade resgatar, para que não sejam esquecidos, os nomes primitivos dessas praias. Como podemos observar, todas elas foram denominadas pelos ancestrais da comunidade, que utilizaram para isso razões lógicas, como foram descritas. Portanto, comete-se grande injustiça com a própria história do lugar, quando por simples vaidade ou o afã de agradar alguém ou alguns, se comete semelhante desatino. Tem se tornado comum em nosso Estado a constante mudança dos nomes de praças, logradouros e até mesmo de cidades, num constante desrespeito aos seus habitantes, maculando e empobrecendo cada vez mais a nossa história.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Convite




Associação Norte-rio-grandense de Arqueologia
 

















        Convida V. S. para a cerimônia de posse da sua Primeira Diretoria, às 9 horas do dia 21 de Setembro de 2011, no Auditório da Biblioteca Zila Mamede (UFRN, Natal), com homenagem aos pioneiros da Arqueologia Norte-rio-grandense.
       Palestra de Abertura da Professora Dra. Gabriela Martin Ávila, sobre a “As Contribuições da Equipe de Pernambuco para a Arqueologia do Rio Grande do Norte”.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Conservação da memória

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN e membro do INRG

Há uma preocupação entre os genealogistas em face de uma recomendação do presidente do Conselho Nacional de Justiça, o ministro César Peluso, conforme artigo de Elio Gaspari, na Folha de São Paulo. Tudo por conta do seguinte trecho: Será preservada uma amostra estatística representativa do universo dos documentos e processos administrativos e dos autos judiciais findos destinados à eliminação.
Essa preocupação é válida porque todos nós, que fazemos pesquisas genealógicas, dependemos de documentos que estão nas Igrejas, nos cartórios, nos fóruns judiciais, nos institutos históricos, nos arquivos públicos e privados, e em muitos outros locais que guardam ainda registros do passado.
A preservação de documentos não está nas prioridades dos órgãos públicos deste país. É uma atividade incipiente, mesmo levando em conta os avanços tecnológicos, principalmente, os processos modernos de digitalizações e fotografias.
Alguns inventários, que foram transferidos dos cartórios para alguns Fóruns Judiciais, não estão sendo cuidados com o devido zelo. São amontoados em lugares impróprios e vão se destruindo naturalmente. Eles são necessários a reconstituição da História dos nossos municípios, estados e do próprio país. Para muitos, trata-se só de papéis velhos e, por isso, muitos já foram descartados.
Os mórmons, através das microfilmagens, conseguiram preservar muitos desses documentos de cartórios, de igrejas, e de outros locais e, recentemente, estão disponibilizando aos poucos na Internet. Não fui até Florânia pesquisar, nos livros da Igreja, os meus ascendentes lá do Seridó. Para exemplificar, foi lá no site dos mórmos que encontrei o seguinte registro, em um dos microfilmes: Aos dois de maio de mil novecentos e cinco batizei André, filho legítimo de Pacífico Clementino de Medeiros e Anna Olindina Bezerra Cavalcante, nasceu a vinte e um de abril do dito ano, seus padrinhos José Garcia da Cruz, e Maria Pereira do Nascimento; para constar fiz este assento que assino. Vigário João Borges de Salles. Essa Anna Olindina, que conheci por tia Nana, era irmão do meu bisavô Alexandre Garcia da Cruz.
 No registro seguinte é batizado Torquato, filho de José Garcia da Cruz e Maria Pereira do Nascimento, e os padrinhos são Pacífico Clementino de Medeiros e Ana Olindina. Quem vê esses registros, pode observar que já estão bem deteriorados, e só é possível identificar alguns dados se já houver conhecimento de algumas informações anteriores.
Wandyr Soares de Araujo Villar que reeditou, em 2007, um livreto sobre a família Casa Grande, residente na cidade do Assú, de autoria de Antonio Soares de Macedo, escreveu no prefácio dessa edição: grande parte do acervo de Clara Soares foi fragmentada. Uma parte foi subtraída da família por pessoas, conhecidas, sob empréstimos, nunca devolvidos. Uma segunda parte foi igualmente subtraída por outros membros da família; eu mesmo tento recompô-la para juntar com o que me foi doado pelas minhas tias-avós e a terceira parte, a que foi doada para IHGRN é ocasionalmente encontrada em sebos, juntamente com outros artefatos roubados da instituição.
Outro exemplo que coloco vem desse livreto, de 1893, de grande importância para a história do Rio Grande do Norte. Veja o que escreveu seu autor, Antonio Soares de Macedo, no intuito de preservar a grata memória dos seus ascendentes, extraído de um caderno de lembranças do seus 4º avô.
Lembrança que deixo para aqueles, que de mim descenderem, saberem donde vim, porque para onde vou só a Deus pertence. Papary, 24 de dezembro de 1710.
Eu, Manoel Lopes de Macêdo, filho legítimo do capitão de mar e guerra, Manoel Lopes de Macêdo e D. Adelaide Cabral de Macêdo, nasci a 24 de dezembro de 1670; foram meus padrinhos o Dr. Antonio Freire de Amorim e sua mulher D. Bárbara Freire de Amorim, meus ilustres sogros. Embarquei na cidade do Porto em 12 de outubro de 1706 com minha mulher, D. Bárbara Freire de Amorim, oito filhas, a saber: Joanna, Bárbara, Delfina, Maria, Antonia, Josefa, Plácida e Adelaide, e quatro criados, com destino ao Maranhão; mas, tendo minha mulher dado à luz nos mares, fui forçado a desembarcar na capitania do Rio Grande do Norte, no dia 13 de dezembro do mesmo ano. No dia 6 de janeiro de 1707, na freguesia de N. S. da Apresentação foi batizada minha filha, que nasceu nos mares, a qual tomou o nome de Suzana. Foram seus padrinhos o coronel Balthazar da Rocha Bezerra e minha filha mais velha. No dia 20 do dito mês e ano segui pra esta aldeia e cheguei no dia 22, onde me acho com todas as pessoas de minha família, que existem até hoje, graça a Deus. Papary, 23 de dezembro de 1710. Manoel Lopes de Macêdo.
Procurei no livro de batismos da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação o registro de Suzana, mas não encontrei. Esse livro foi salvo, e se encontra, hoje, no Instituto Histórico Pernambucano.
Na sequência, Antonio Soares de Macedo cuida da descendência de sua 3ª avó, Dona Josefa Martins, primeira filha do coronel Manoel Lopes de Macedo. E as outras sete filhas que destino tiveram? Afinal, as preservações são mais cuidadas pelos indivíduos do que pelas instituições.
E você está escrevendo alguma coisa sobre seus ascendentes, para preservar para os seus descendentes?
Vem aí “Notícias genealógicas do Rio Grande do Norte”, editado pela Edufrn, reunindo mais de uma centena de artigos, que escrevi para este jornal.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011


O Colégio Brasileiro de Genealogia
cumprimenta o INRG

Feliz Aniversário, confrades!

Carlos Eduardo Barata
e demais Diretores

e espera que nesta data
haja celebração e alegria em plenitude.

sábado, 17 de setembro de 2011

Minha foto 
DIA 17 DE SETEMBRO DE 2009
DATA DA FUNDAÇÃO DO INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA
Naquele dia a sessão da Assembléia Geral foi aberta pelo Professor Diógenes da Cunha Lima, Presidente da Academia Norte-Riograndense de Letras, que nos abrigava naquela Casa de Cultura, que em seguida passou o comando dos trabalhos a Ormuz Barbalho Simonetti, eleito Presidente da Diretoria Provisória. Dando continuidade à cerimônia, foi composta a mesa com os pesquisadores Arysson Soares, Anderson Tavares e Bibi Costa, eleitos naquela ocasião para complementarem a diretoria provisória.
O evento teve a colaboração do escritor e advogado, membro da Academia Norte Rio-Grandense de Letras Jurídica, Dr. Carlos Roberto de Miranda Gomes, que assessorou o primeiro secretário, Anderson Tavares na elaboração da Ata de Criação do Instituto e prestando sua colaboração até os dias presentes, cedendo o seu escritório para as reuniões do Instituto e elaborando a minuta do nosso Estatuto, que foi aprovado após convocação dos sócios, na forma da lei.
Na ocasião da fundação e da aprovação do Estatuto, tivemos o prazer de contar com a presença de diversos intelectuais: genealogistas, escritores e historiadores, que nos prestigiaram com suas presenças naqueles momentos históricos, tornando-se sócios fundadores, da mais nova Instituição cultural de nosso Estado.
Ainda não nos foi possível a realização de grande parte do que desejávamos, em virtude das dificuldades, que a todo instante tivemos que enfrentar.
Obtivemos a grande colaboração do artista plástico Levi Bulhões, que criou o Brasão para o nosso Instituto, tendo na sua composição representadas nossas fontes de riquezas e principalmente as cores de nossa bandeira. É um dos mais belos Brasões da heráldica potiguar, caracterizando-se na nossa identidade visual. 
Registrados legalmente no cartório de Pessoas Jurídicas e inscrito no cadástro nacional das pessoas jurídicas, nossa instituição está trabalhando para a aquisição de uma sede própria para dar sequência ao seu trabalho.
O INRG já é reconhecido como de utilidade pública pelo Estado do Rio Grande do Norte e pelo Município de Natal. 
Hoje comemoramos dois anos da realização daquele sonho e temos a certeza, que também era um sonho acalentado por muitos anônimos genealogistas e pesquisadores de nossa história, espalhados por todo o nosso Estado.
Com algum sacrifício, estamos realizando reuniões mensais para a discussão de assuntos ligados à genealogia.
Cumprindo o ritual estatutário, foi realizada a eleição da Primeira Diretoria Permanente, com a eleição dos seguintes associados:
Presidente Ormuz Barbalhos Sionetti;
Vice-Presidente João Felipe da Trindade;
Secretário Arysson Soares da Silva;
Tesoureiro Antônio Luís de Medeiros.
CONSELHO FISCAL:
Titulares: José Hélio Medeiros; Clotilde Santa Cruz Tavares; Joaquim José de Medeiros Neto e Suplente Álvaro Anídio Batista. 
ACADEMIA MACAIBENSE DE LETRAS – A.M.L.

Sob o comando do Acadêmico JANSEN LEIROS, amanhã, dia 18, pelas 9 horas no Centro de Convivência PAX CLUB DE MACAÍBA será comemorado o PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DE CRIAÇÃO da ACADEMIA MACAIBENSE DE LETRAS.
A data de criação - 12 de setembro de 2010, ocorrido no Solar Caxangá, coincide com o aniversário de nascimento da Patronesse Institucional AUTA HENRIQUETA DE SOUZA, "A doce poetisa de O horto."
Na ocasião serão entregues títulos de Sócios Beneméritos às seguintes personalidades: 1. Dr. Odúlio Botelho Medeiros, da ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RN e quem presidiu a sessão de nossa instalação; 2. Dra. Anna Maria cacudo Barreto - imortal de várias Academias potiguares e nacionais, entre elas, a ANRL, ALEJURN, AFL/RN; 3. Jurandyr Navarro da Costas,  – Vice-Presidente da ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS e Presidente da ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RN e 4. Dra. Marília Pereira Dias, Digníssima PREFEITA DE MACAÍBA.
Na mesma solenidade, a Câmara Municipal de Macaíba entregará Títulos de Cidadania Macaibense aos Acadêmicos Carlos Roberto de Miranda Gomes, Wellington de Campos Leiros, Ivan Maciel de Andrade e Maria Arisnete.

ALGUÉM NA ESTRADA
(Auta de Souaza)
Alguém te espera o Amor, estrada afora,
Seja o dia translúcido ou cinzento,
Para extinguir a sombra e o sofrimento,
Nas empedradas trilhas de quem chora!

Não te detenhas!...Vem!...
O tempo é agora,
Há quem se arrase ao temporal violento,
E corações ao frio, à noite e ao vento.
Ante a descrença que se desarvora...

Vem à estrada do mundo!...
Ampara e ama!...
Esclarece e consola, alça por chama,
O próprio coração fraterno e amigo!...

Esse alguém é Jesus que te abençoa!...
Trabalha, serve, esquece-te, perdoa.
E o Mestre Amado seguirá contigo!...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Convite para lançamento dos livros

Partícula elementar
Muirakytan Kennedy de Macêdo
Natal, Flor do Sal, 2011
Populações indígenas no sertão do Rio Grande do Norte: história e mestiçagens
Helder Alexandre Medeiros de Macedo
Natal, EDUFRN, 2011







Seridó Potiguar: tempos, espaços, movimentos
Helder Alexandre Medeiros de Macedo
Marcos Antônio Alves de Araújo
Rosenilson da Silva Santos
(organizadores)
João Pessoa, Ideia, 2011


Local: Auditório Aranhão - UFRN – CERES – Campus de Caicó
Data: 15 de setembro de 2011, quinta-feira
Horário: a partir das 07:30h
O lançamento dos livros integra a Mesa Temática Nova História e Novos Historiadores do Seridó, coordenada pelo Prof. Muirakytan K. de Macêdo e com a presença dos historiadores Alcineia Rodrigues dos Santos, Helder Alexandre Medeiros de Macedo, Michele Soares Lopes e Rosenilson da Silva Santos, dentro das atividades do III SEPE – Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão do CERES