QUANTO VERDE E QUANTO FRESCOR NA CASA DA ILHA DE PAQUETÁ, ONDE JOSÉ DO PATROCÍNIO VIVEU SEU EXÍLIO, DE 1831 A 1838!
COMO DEVIA SER LINDA ESSA CASA, NA ILHA DE PAQUETÁ/RJ, CHEIA DE VERDE E SILÊNCIO, ONDE O PATRIARCA DA INDEPENDÊNCIA - JOSÉ DO PATROCÍNIO FEZ O SEU EXÍLIO!
QUANTA POESIA HAVERIA, DENTRO DAQUELE PEITO MAGOADO! TERIA O ABOLICIONISTA TRANSBORDADO A SUA POESIA EM SEUS MOMENTOS DE CONTEMPLAÇÃO, SOLIDÃO E MESMO PELA ANGÚSTIA DO EXÍLIO?
JOSÉ DO PATROCÍNIO DEVE TER ESCRITO MUITAS POESIAS!
JOSÉ CARLOS DO PATROCÍNIO - 09-10-1853 + 29-01-1905
O PATRIARCA DA INDEPENDÊNCIA
JOSÉ DO PATROCÍNIO E MILITARES DEPORTADOS PARA A AMAZÔNIA EM 1892
PATROCINIO - O GRANDE ABOLICIONISTA
José Carlos do Patrocínio era filho de uma escrava alforriada e do cônego João Monteiro. Aos 14 anos deixou a fazenda da família para tentar a vida no Rio de Janeiro, onde chegou a ingressar na Escola de Medicina. Ao fim de alguns anos, porém, abandonou o curso e formou-se em farmácia, em 1874.
Ainda estudante, fundou uma revista mensal, "Os Ferrões", onde começou a revelar seu talento como polemista que o tornaria famoso. Em 1877, ingressou na redação de "A Gazeta de Notícias", escrevendo diversos artigos de propaganda abolicionista.Em 1881, com dinheiro emprestado pelo sogro, adquiriu a "Gazeta da Tarde", à frente da qual permaneceu por seis anos. Neste jornal, deu início à campanha abolicionista. Em 1887, fundou a "Cidade do Rio", onde intensificou os ataques à política escravocrata. Não se limitou a lutar apenas por escrito pelo abolicionismo. Realizou conferências públicas, ajudou a fuga de muitos escravos, organizou núcleos abolicionistas, militando ativamente até o triunfo da causa, em 13 de maio de 1888.Seu prestígio imenso durante os últimos anos do Império decaiu após a proclamação da República, quando passou a lutar por um programa liberal. Acabou afastado da vida pública. Seu jornal, "Cidade do Rio de Janeiro", foi interditado e ele deportado para Cucuí, no Amazonas, sob a acusação de ter participado de uma revolta contra o governo de Floriano Peixoto. Libertado pouco tempo depois, afastou-se da vida pública, colaborando esporadicamente na imprensa. Nos últimos anos de vida interessou-se pela navegação aérea, chegando a construir um aeróstato denominado Santa Cruz.Patrocínio também escreveu obras de ficção, mas sem a repercussão nem o talento do jornalista. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de no. 21, que tinha Joaquim Serra como patrono.Se toda a propriedade é roubo, a propriedade escrava é um roubo duplo, contrária aos princípios humanos que qualquer ordem jurídica deve servir." Não se tratava apenas de uma retórica inflamada de nítida inspiração socialista, nem de um mero exercício de propagandismo desabusado que se poderia esperar de um dos jornalistas mais famosos do país.
Filho de um padre com uma escrava que vendia frutas, José do Patrocínio (1853 - 1905) sabia do que estava falando: senhor por parte de pai, escravo por parte de mãe, vivera na pele todas as contradições da escravatura.Nascido em Campos (RJ), um dos pólos escravagistas do país, mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a vida como servente de pedreiro na Santa Casa de Misericórdia do Rio. Pagando o próprio estudo, formou-se em farmácia. Em 1875, porém, descobriu a verdadeira vocação ao um jornal satírico chamado "Os Ferrões” Começava ali a carreira de um dos mais brilhantes Jornalistas brasileiros de todos os tempos. De texto requintado e viril, José do Patrocínio - que de início assinava Proudhon - tornou-se um articulista famoso em todo o país. Conheceu a princesa Isabel, fundou seu diário, a "Gazeta da Tarde" virou o "Tigre do Abolicionismo". Em maio de 1883, criou, junto com André Rebouças, uma confederação unindo todos os clubes abolicionistas do país. A revolução se iniciara. "E a revolução se chama Patrocínio», diria Joaquim Nabuco.Pouco depois de a princesa Isa¬bel assinar a Lei Áurea, sob uma chuva de rosas no paço da cidade, a campanha que, por dez anos, Patrocínio liderara enfim parecia encerrada. “Minha alma sobe de joelhos nestes paços", diria ele, curvando-se para beijar as mãos da "loira mãe dos brasileiros”. Aos 35 anos in¬completos, era difícil difícil supor que, a partir dali, Patrocínio veria sua carreira ir ladeira abaixo. Mas foi o que aconteceu: seu novo jornal, “A Cidade do Rio” (fundando em 1887), virou porta-voz da monarquia – em tempos republicanos. Patrocínio foi acusado de estimular a formação da "Guarda Negra", um bando de escravos libertos que agiam com violência nos comícios republicanos. Era um "isabelista".Em 1889, aderiu ao movimento republicano: tarde demais para agradar aos adeptos do novo regime, mas ainda em tempo para ser abandonado pelos ex-aliados. Em 1832, depois de atacar o ditador de plantão, marechal Floriano, Patrocínio foi exilado na Amazônia. Rui Barbosa o defendeu, num texto vigoroso. "Que sociedade é essa, cuja consciência moral mergulha em lama, ao menor capricho da força, as estrelas de sua admiração?" Em 93, Patrocínio voltou ao Rio, mas, como continuou o "Marechal de Ferro", seu jornal foi fechado. A miséria bateu-lhe à porta e Patrocínio mudou-se para um barracão no subúrbio. Por anos, dedicou-se a um projeto delirante: construir um dirigível de 45 metros de comprimento. A nave jamais se ergueria do chão. No dia 29 de janeiro de 1905, José do Patrocínio sentou-se em frente da sua pequena escrivaninha no modesto barracão em que vivia no bairro de Inhaúma, no Rio de Janeiro. Começou a redigir: “Fala-se na organização de uma sociedade protetora dos animais. Tenho pelos animais um respeito egípcio. Penso que eles têm alma, ainda que rudimentar, e que têm conscientemente revoltas contra a injustiça humana. Já vi um burro suspirar depois de brutalmente espancado por um carroceiro que atulhava a carroça com carga para uma quadriga, e que queria que o mísero animal a arrancasse do atoleiro...” Não terminou a palavra nem a frase - Um jato de sangue jorrou-lhe da boca. O “Tigre do Abolicionismo” - pobre e desamparado -morria, imerso em dívidas e mergulhado no esquecimento.
Bibliografia:História do Brasil - Luiz Koshiba - Editora AtualHistória do Brasil - Bóris Fausto - EDUSP José do Patrocíniosobre Biografias por Algo Sobreconteudo@algosobre.com.br.
AINDA SOBRE PATROCÍNIO:
Em 1881 ele se casa com uma moça branca, desafiando a sociedade racista da época. Com dinheiro emprestado pelo sogro, compra o jornal Gazeta da Tarde e intensifica os discursos a favor da abolição da escravatura e da República. A publicação não dura muito tempo e, em 1887, Patrocínio institui o jornal A Cidade do Rio de Janeiro. Admirador confesso da princesa Isabel, é visto com maus olhos pelos governantes. Após a Proclamação da República, passa 18 meses na Europa e, ao retornar, escreve um manifesto contra Floriano Peixoto, o que lhe vale um período de prisão em Cucuí (AM). De volta ao Rio, em 1893, desafia novamente o governo federal, apoiando a Revolta da Armada.É obrigado a fugir e seu jornal tem a circulação suspensa, voltando a funcionar apenas dois anos mais tarde. Nos últimos anos do século XIX, sua atenção é atraída pelas novas conquistas tecnológicas. Traz, da França para o Brasil, em 1892, o primeiro automóvel movido a gasolina do país. Morre no Rio de Janeiro, enquanto redige um artigo saudando a Revolução Russa de 1905.
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Às vezes, muitas vezes, creio ter pertencido a várias épocas. Gosto de buscar as histórias do passado e imaginar como viviam, o que faziam, como cheiravam, o que comiam e, fora as intempéries políticas, os desafios e perigos, coo viviam, intimamente, os homens, para os quais, o Brasil ficou de costas, ignorando sua inteligência e cultura.
Hoje, como sempre, sentindo a felicidade da liberdade que gozamos, não posso deixar de lembrar os que morreram lutando por isso, em vão.
Hoje, devoto o meu primeiro pensamento, às 3 horas da madrugada (sempre acordo muito cedo, o mais tarde é às cinco do amanhecer) ao grande patriarca da independência - José do Patrocínio. Um nome que me fascinou quando aluna do Curso de História (UFRN) e hoje rememoro, através dessa potência que é o google.
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FONTE: BLOG "VALE VERDE", DE LÚCIA HELENA PEREIRA
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