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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Convite para lançamento de livro de Iaperi Araújo- A Medicina Popular

Colonização e Povoamento do Apodi (II) - Curraleiros versus gentio índigena

Marcos Pinto
Nos  primeiros  tempos  de  colonização  européia  no  RN, via  Bahia (Região do  rio São Francisco)  e  Pernambuco, a  região  do Apodi  não  apresentou  efetiva  ocupação  territorial, tendo  em  vista  a  forte  resistência  indígena  e  as  barreiras  naturais    que  dificultavam  o  acesso.  Foram  duas  as  correntes de  povoamento  do  Apodi:  A  primeira  veio  de  Pernambuco, passando  pela  Paraíba, de  onde  desciam  pela  antiga  "Estrada  Real",  que  demandava  para  a  região  jaguaribana. Manoel  Nogueira  seguiu  o  trajeto  desta primeira  corrente.  A  segunda  veio  pela  região  do  Assu, onde  no  ano  de  1686  ficou  aquartelado  o  famoso  "TERÇO  DOS  PAULISTAS", comandado  pelo  octogenário  Manuel  de  Abreu  Soares. 
                    No  livro  de  REGISTRO  DAS  SESMARIAS  DO  RN, consta  a  concessão  de  Carta  de  Data  de  Sesmaria  concedida  em 19  de  Fevereiro  de  1680  a   Manoel  Nogueira  Ferreira, João  Nogueira Ferreira, Antonia de  Freitas Nogueira, e  seus  companheiros/requerentes   Domingos  Martins  Pereira, Capitão  Bartolomeu  Nabo  Correia, Alferes  Gonçalo  Pires  de  Gusmão, Capitão  Luis  Braz  Bezerra, Capitão  Luiz  Antunes  de Farias  e  Manoel  Roiz  da  Costa, cuja  concessão  doava  três  léguas  de  terras  à  cada  requerente, cujas  terras  englobavam  os  rios  "Piranhas"  e  "Guaxinim", na  região  do  Assu.  Conforme  consta  no mesmo  livro  de  sesmaria, estes  requerentes  desistiram  de  povoarem  as  terras  que  lhes  foram  concedidas, no  mesmo  ano.  Ocorre  que, já  no  dia  19  de  Abril  de  1680  Manoel  Nogueira  e  estes  mesmos  companheiros  recebem  a  concessão  em  Apodi, que  os  índios  denominavam  apenas de  "Pody".  Diante  este  cenário, resta  a  indagação:  Teria  Manoel  Nogueira  e  seus  irmãos  e  demais  requerentes  estado  na  região  do  Assu  antes  de  aportarem  em  Apodi ?  No  requerimento  dão  a  entender  que  sim, conforme  afirmam: "...Pela  qual  razão  querem  povoar  nesse  sertão  e tem  dado  combate  aos tapuias  para  lhes  mostrar  onde  há  terras  desaproveitadas....querem  povoar  ainda  que  seja  com  risco  de  suas  pessoas  e  fazendas, por serem  paragens  ermas  e  despovoadas, donde  os  antigos  nunca se  atreveram  a  povoar...".   Observe-se  que  também  era  comum  o  fato  de  que  dois  ou  três  bravos  colonizadores  exploravam  as  terras  e  quando  as  requeriam  acrescentavam  nomes  de  amigos  e  parentes, para  açambarcarem  vastas  extensões  de  terras,  que  deram  origem  aos  latifúndios.
A  verdade  é  que  o  bravo  MANOEL  NOGUEIRA  e  família, acompanhados  por  alguns escravos  tiveram  uma  vida  de  correrias  e  tropelias, no  enfrentamento  da  indiada  rebelde.  Davam, apanhavam, iam  embora, retornavam, sendo  certo  que  só  tiveram  uma  certa  tranquilidade  quando  o  famoso  "TERÇO DOS  PAULISTAS"  fez  uma  longa  incursão  até  a  lagoa  Pody, no ano de  1689, conforme  afirma  o  celebrado  e  respeitado  historiador  brasileiro  ERNESTO  ENES, no volume  127  da  Coleção "Brasiliana": "...Pedro de  Albuquerque  Câmara, Bernardo  Vieira  de  Melo, Valentim  Tavares  Cabral  e  Agostinho  César  de Andrade  tomaram  parte  na  marcha  que se  fez  do  Olho  d'água  aos  rios  paneminha  e  panema  grande, até  a  lagoa  Pody.  No  combate da  lagoa  do  Apody  estiveram  outros  soldados  como  João  do  Monte" . Vide (pág. 409)  e  Luiz da Silveira  Pimentel (pág. 269).
                A  saga  dos  NOGUEIRA  teve  início  em  1680, continuando  até  o  dia  11  de  Junho de  1685, quando  retornaram  à  Paraíba  em busca  de  recursos, a  fim  de darem  continuidade  aos  trabalhos  de  exploração  do  novo  território. Em  17  de  Novembro de  1688  ocorreu  o  famoso  embate  entre  a  família  NOGUEIRA  e  os  índios  Paiins, na  margem  da  lagoa  do  "Apanha-Peixe", onde  tombaram  mortos  os bravos  João  Nogueira  e Balthazar  Nogueira, forçando  o  grupo  familiar  a  debandarem  em  fuga  para  a  região  jaguaribana, no  Ceará.  A  indômita  ANTONIA  DE  FREITAS  NOGUEIRA, que  chegara  ao  Apodi  em  estado  de  viuvez, casou  no  ano  seguinte - 1681, com  o  português  Manuel  de  Carvalho  Tinoco, sendo  certo  que  em um  dos  livros  de  registro  de  batizados  constante  do  acervo da  Igreja-Matriz  de  N. Sra.  da  Apresentação, da  cidade  de  Natal, consta  a  presença  deste  casal  residindo  nas  imediações  de  Natal, em  São  Gonçalo  do  Potengi, onde  Antonia  de  Freitas  batizou  cinco  filhos, no  período  1695  a  1706.
 Quando  o  Sargento-Mór  de  Entradas  MANOEL  NOGUEIRA  faleceu  em  sua  fazenda  "Outeiro"(Onde hoje é o "Quadro da Rua")  em  17  de  Janeiro de  1715, toda  a  várzea  do  Apody, do  sítio "Boqueirão" aos  sítios  "Santa  Rosa"  e  "Santa  Cruz"  já  estava  de posse  e  domínio  de componentes  de  sua  família  -  filhos, cunhados  e parentes  afins. Foram  os  primeiros  curraleiros.  Os  índios  do  Apodi, que no início  da  colonização  "fervilhavam  como  formigas"  nas  margens  da  lagoa  Itaú (Depois lago  Pody, e  lagoa  Apody)  e  dos rios  Panema  Grande (Depois  rio  Apody)  e  Paneminha (Depois  rio  Umary), sempre  foram  alvos  da  sanha  dos  conquistadores  e  dos  aventureiros, que  não  sossegaram  enquanto  não  eliminaram  ou  segregaram  o  último  sobrevivente  dessa  raça  nativa.
ÍNDIO TAPUIA PAIACUS(Pintura de Eckhout Ano-1641)
 TAPUIA PAIACUS - ÍNDIOS ANTROPÓFAGOS
(Segundo o Historiador Marcos Pinto,
essas pintura poderiam terem sido pintadas pelo grande pintor
holandês  Alberto van der Eckhout  ao redor da lagoa do Apodi no ano de 1641)
O  GENTIO  INDÍGENA  da  região  do  Apodi  era  constituído  de  05  etnias  e  uma  nação:  Tapuias  paiacus, Paiins, Icós, Icosinhos, Janduís  ou  Janduins, e  Canindés ,  da  nação  Tarairiús,  distribuídas  em  várias  tribos  e  malocas  ao  longo  do  território  apodiense.  O  criatório  de  gado  bovino  consistiu  na  primeira  atividade  econômica  do  Apodi, tendo  sido  o  principal  argumento constante  dos  requerimentos  das  famosas  "Datas  de  Sesmarias",  quando  alegavam  que  precisavam  situar  seu  rebanho  bovino, ou que  já  se  achava  com  seus  currais  instalados  nas  terras  requeridas.  De  um  lado  os  índios  eram  acossados  pelos sesmeiros/curraleiros,  exploradores  que,  muito  bem  armados, promoviam  a  guerra  para  expulsá-los  dos seus  territórios, e  vender  os  prisioneiros  aos  fazendeiros  e senhores  de  engenho  de  Pernambuco  e da  Bahia.  Do  outro  lado, eram  subjugados  à  ação  nefasta  dos  padres  e  dos  seus  colaboradores,  que  no  afã  de  impor  a  língua  portuguesa  e  difundir  a  religião  católica, ao tempo  em  que  lhes  ofereciam  proteção, desestruturavam  as  bases  de  sua  cultura,  tanto  do  ponto  de  vista  material  como  espiritual, transmitindo-lhes  ensinamentos  de  obediência  a  um  Deus  diferente  dos seus  -  que  não  permitia  a  nudez, a  poligamia,  a  selvageria, a  antropofagia  e  outras  práticas  por  eles  adotadas  -  e  ao  colonizador, que  nunca  os  entendeu  e sempre  os  perseguiu.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Versos de Manoel Américo de Carvalho Pita

III ENCONTRO DE GENEALOGIA - CAICÓ - RN - 25 a 27 de novembro de 2011.

FOMOS TODOS CONVIDADOS
PARA PASSARMOS TRÊS DIAS
OUVINDO MUITAS PALESTRAS
QUE NOS TROUXERAM ALEGRIA
PARA ENTENDERMOS CONCEITOS
SOBRE A GENEALOGIA.

GENEALOGIA COMPREENDE
O ESTUDO DOS ANCESTRAIS
QUE VIVERAM EM NOSSA TERRA
HÁ MUITOS ANOS ATRÁS
TEMPOS DOS MEUS BISAVÓS
VIVERAM, NÃO VIVEM MAIS.

25 DE NOVEMBRO EM CAICÓ
NA CÂMARA MUNICIPAL
BIBI E NÓS TODOS PRESTAMOS
UMA HOMENAGEM  A SINVAL
PELOS SEUS OITENTA ANOS
E SEU NÍVEL CULTURAL.

A PREFEITURA DE CAICÓ
O EVENTO ORGANIZOU
O PROFESSOR JOÃO FELIPE
FOI O COORDENADOR
DESTE EVENTO MAGNÍFICO
POIS ELE É PESQUISADOR
DA ÁREA E ACERVO GENEALÓGICO
É PERITO E ESCRITOR.

DRA. CLOTILDE TAVARES
POETISA, ESTUDIOSA
DAS COISAS DO MEU SERTÃO
ELA FALA EM VERSO E PROSA
ELA TROUXE AO NOSSO ENCONTRO
CONTRIBUIÇÃO VALIOSA.

A TODOS OS PALESTRANTES
TODA NOSSA GRATIDÃO
O PROFESSOR FABIO ARRUDA
E O DR. SANTINO ENTÃO
QUE TROUXERAM AO NOSSO ENCONTRO
GRANDE CONTRIBUIÇÃO.

O ACADÊMICO MARCOS PINTO
E O CONFRADE ANDERSON TAVARES
QUE ADENTRARAM AS PESQUISAS
VISITANDO NOSSOS LARES
CONSOLIDANDO A PESQUISA
EM INCONTÁVEIS LUGARES.

AGRADECEMOS A TODOS
PELA CONTRIBUIÇÃO
NÃO POSSO FALAR EM TODOS
POIS ME FALTA INSPIRAÇÃO
LEVO DE TODOS VOCÊS
ETERNA RECORDAÇÃO.

E AGORA FINALIZANDO
ESSA MINHA REDAÇÃO
DENTRO DA GENEALOGIA
APRENDI UMA PORÇÃO

ABRAÇOS
DE AMERICO PITA
PESQUISADOR DO SERTÃO.

sábado, 3 de dezembro de 2011

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE
C o n v i t e
A Presidência em exercício do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, convida Vossa Excelência e Família, para Sessão solene, em que tomarão posse na categoria de Sócio Efetivo, desta Instituição, os integrantes da lista inclusa, devidamente aprovados pela Diretoria.
Saudará os novos sócios, representando este Instituto, o historiador e escritor,
Marcus César Cavalcanti de Morais. E, em nome dos empossados, falará o historiador João Felipe da Trindade.
Em seguida, fará o juramento em nome dos Sócios, ora empossados, o historiador e folclorista Severino Vicente, e tecerá outras considerações.
Após, em breve alocução, farão apreciação sobre seus novos livros, os sócios Cláudio Galvão e João Felipe da Trindade, respectivamente.
A sua presença abrilhantará o evento
Natal (RN), Dezembro de 2011
Jurandyr Navarro
Presidente em exercício

RELAÇÃO DOS NOVOS SÓCIOS

1. AUGUSTO MARANHÃO
2. AURICÉIA ANTUNES DE LIMA
3. CARLOS ADEL TEIXEIRA DE SOUZA
4. CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
5. GEORGE ANTÔNIO DE OLIVEIRA VERAS
6. GILENO GUANABARA
7. HOMERO DE OLIVEIRA COSTA
8. IVAN LIRA DE CARVALHO
9. JAIR FIGUEIREDO
10. JOÃO FELIPE DA TRINDADE
11. JOSÉ ADALBERTO TARGINO DE ARAÚJO
12. LÍVIO ALVES DE ARAÚJO DE OLIVEIRA
13. LÚCIA HELENA PEREIRA
14. LUIZ EDUARDO BRANDÃO SUASSUNA
15. MARCELO NAVARRO RIBEIRO DANTAS
16. MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO WANDERLEY DE CASTRO
17. MARIA JANDIR CANDÉAS
18. ODÚLIO BOTELHO
19. ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
20. PEDRO VICENTE COSTA SOBRINHO
21. RACINE SANTOS
22. SEVERINO VICENTE
23. UBIRATAN QUEIROZ DE OLIVEIRA
24. UILAME UMBELINO GOMES

Dia 09.12.2011 - 6° feira
Horas: 20:00
Local: Salão Nobre do IHGRN
Rua da Conceição, 622

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Colonização e Povoamento do Apodi (I) - O Marco Zero

COLONIZAÇÃO E POVOAMENTO DO APODI (I) -
O MARCO ZERO.
Marcos Pinto
Processo histórico lento e gradual da ocupação do adusto solo sertanejo, em que consubstancia-se a trajetória de bravura e pujança da honrada família NOGUEIRA, rasgando os sertões da Paraíba para penetrar o "Vale do Jaguaribe", por onde alcançaram a ignota serra, reduto de ferozes indígenas, seguindo suas veredas para, sob a tutela dos seus facões, alargarem-nas e transformarem-nas em picadas, fato referencial que fez com que passassem a denominá-la em batismo toponímico de "SERRA DA PICADA".No silêncio cheio de sol, ao aproximarem-se das terras que se estiravam das bordas da serra para uma piscosa lagoa, tiveram desse portal uma bela visão panorâmica, sedutora e misteriosa.
Do alto da serra, o céu vestia-se de um azul intenso, e mais azul do que ele, os vultos das altaneiras serras do Patu, Portalegre e Martins, perfilando-se em aparados ou talhados. Embriagados de notáveis emoções, divisaram o vasto carnaubal cobrindo de verde as férteis terras de aluvião,que embalavam e ainda embalam nas tardes mornas o farfalhar dos seus leques em misteriosas coreografias. Batizariam com o pomposo referencial toponímico de "Várzeas do Pody", denominação esta que, no ano de 1761, o Juiz Miguel Carlos de Pina Castelo Branco ampliara para "Povoação das Várzeas do Apody". Nesse cenário extasiante sobressaíam-se as contagiantes "vazantes" da lagoa, ampliando o encantamento do elemento branco povoador. Aquí e alí cortava o silêncio o canto característico das seriemas, em seu cacarejo metálico.
Nos primeiros e temerosos contatos com a indiada tapuias paiacus, em que predominavam as recíprocas desconfianças e precauções, os Nogueira devem terem visto e ouvido, curiosos, os silvícolas apontarem para o chão e baterem fortemente nos peitos, a afirmarem em sua linguagem travada, que eram senhores absolutos da terra PODY. Amainados os ânimos da indiada da nação Tarairiús, os NOGUEIRA trataram logo de requerem as primeiras "Datas de Sesmarias", açambarcando, como lhes era de direito, as melhores terras, englobando toda a várzea até as que margeavam a lagoa, estendendo-se até o sopé da serra que eles passaram a denominar, em seus requerimentos de sesmarias, de "SERRA PODY DOS ENCANTOS". Quando as terras requeridas eram distantes, já vizinhas ao Ceará, afirmavam que as terras eram situadas na "SERRA PODY DOS ENCANTOS PARA FORA". Apos todos os ingentes esforços empreendidos na conquista das terras, os bravos NOGUEIRA depararam-se com a insana concorrência dos sesmeiros baianos da família ROCHA PITA, que pleiteavam forçosamente o senhorio das terras requeridas pelos NOGUEIRA, situadas na margem sul da lagoa, onde hoje situa-se o sítio "Garapa", e outros vizinhos, medindo três léguas de comprimento por uma de largura. Não havia como os NOGUEIRA perderem suas concessões sesmeiras, posto que requereram em início do mês de Maio de 1680, e no dia 19 do mesmo mês e ano eram-lhes concedidas pelo então Capitão-Mór do RN. Os ROCHA PITA requereram somente em Junho de 1680.
Na epopéia colonizadora, os indômitos NOGUEIRA protagonizaram incontáveis fatos históricos, num processo evolutivo e audacioso, escrevendo o capítulo especial do povoador inicial, empregando a pólvora e o aço viril, contra o arco e a flecha, tão bem manejadas pelas hábeis mãos da indiada, até então com o senhorio absoluto das plagas de terras ardentes.
Como os tapuias paiacus tinham sua taba principal situada nas terras onde hoje estão encravados os sítios "Barra", "Ponta", "Largo" e "Estreito", a família NOGUEIRA optou por fixarem moradia no outro lado da lagoa, no lugar onde atualmente está encravado o sítio "Garapa", que os NOGUEIRA batizaram inicialmente com o nome de "Braço da lagoa do Cajueiro".  Baseado nesta minudência histórica e geográfica, poder-se-á afirmar que este lugar assume a emblemática conotação geográfica de ter sido "O MARCO ZERO DA COLONIZAÇÃO E POVOAMENTO DO APODI". Depois de inúmeros embates, os NOGUEIRA contaram com o reforço bélico do famoso "Terço dos Paulistas", comandado pelo célebre bandeirante paulista  Manoel Álvares de Morais Navarro, em cujas hostes figurava o não menos temido DOMINGOS JORGE  VELHO. Na celebrada obra histórica intitulada "A GUERRA DOS BÁRBAROS", consta um grande embate da indiada tapuia paiacus com o "Terço dos  Paulistas", ocorrido nas margens da lagoa de Apodi, cuja luta teve a duração de três dias.(Vide págs. 181,230,255 e 277). Estranha-se o fato de que os NOGUEIRA não tenham contado com a ajuda espiritual de um sacerdote para ajudá-los no difícil momento do encontro primeiro com a indiada.
            Quanto ao venerando capítulo da CATEQUESE INDÍGENA em terras Apodienses, há um longo hiato de 20 anos (1680-1700), posto que, somente em 10 de Janeiro de 1700 os abnegados e virtuosos padres Jesuítas PHILIPE BOUREL e JOÃO GUINCEL declaram oficialmente instalada a "MISSÃO JESUÍTA DA ALDEIA DO LAGO PODY". (Vide livro "HISTÓRIA DA COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL" - Tomo V - Autor: Padre Serafim Leite).

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Posse de novos sócios no IHGRN


SÓCIOS EFETIVOS QUE TOMARÃO
POSSE NO DIA 09/12/2011, NO IHGRN





  1. AUGUSTO MARANHÃO
  2. AURICÉIA ANTUNES DE LIMA
  3. CARLOS ADEL TEIXEIRA
  4. CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
  5. GEORGE ANTÔNIO DE OLIVEIRA VERAS
  6. GILENO GUANABARA
  7. HOMERO DE OLIVEIRA COSTA
  8. IVAN LIRA DE CARVALHO
  9. JAIR FIGUEIREDO
  10. JOÃO FELIPE DA TRINDADE
  11. JOSÉ ADALBERTO TARGINO
  12. LÍVIO ALVES DE ARAÚJO DE OLIVEIRA
  13. LÚCIA HELENA PEREIRA
  14. LUIZ EDUARDO BRANDÃO SUASSUNA
  15. MARCELO NAVARRO RIBEIRO DANTAS
  16. MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO WANDERLEY DE CASTRO
  17. MARIA JANDYR CANDÊAS
  18. ODÚLIO BOTELHO
  19. ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
  20. PEDRO VICENTE COSTA SOBRINHO
  21. RACINE SANTOS
  22. SEVERINO VICENTE
  23. UBIRATAN QUEIROZ DE OLIVEIRA
  24. UILAME UMBELINO GOMES
 LISTA ENVIADA PELO IHGRN
 Em 30/11/2011
Telefone de Jurandir Navarro
88463274

Barras e Enseadas do Rio Grande do Norte, em 1799

Barras e Enseadas do Rio Grande do Norte, 1799
Ofício do capitão-mor do Rio Grande do Norte Caetano da Silva Sanches ao Secretário de Estado de Mar e Ultramar, Conde de Linhares, D. Rodrigo de Souza Coutinho, enviando relação das Barras e Enseadas existentes no Rio Grande do Norte
Recebi a carta de Vossa Excelência de 20 de agosto de 1798, em que foi servido dizer-me que foi presente a Sua Majestade a minha carta de 25 de abril e a mesma Senhora procurará todos os mais de animar o comercio direto deste governo para essa capital, se eu mandar uma relação exata dos portos que há neste governo, da grandeza e porte dos navios que podem aqui abordar, e da facilidade de estabelecer aqui alfândegas, onde os gêneros paguem tanto, quanto pagam nos outros portos do Brasil.
Em cuja observância remeto a Vossa Excelência a relação inclusa de todos os portos que há neste governo desde o principio dele da parte Sul, até o fim para o Norte; e de todas as Barras nomeadas na dita relação pode entrar na desta cidade embarcação, que nade na água que declara a mesma relação. Esta capitania a vinte e tantos anos é que principiou a ter algum estabelecimento no que respeita as produções da terra, como principal açúcar, e algodões, que antes se ia buscar o primeiro gênero a Pernambuco, e desse tempo para cá, se tem fundada algumas Engenhocas que fabricam seus açucares, e os agricultores empregados nas plantações dos algodões; porém a rigorosa seca que houve em três anos sucessivos, quais foram os de 1791, 1792 e 1793, os derrotou, e depois desses anos de seca tem sido os invernos muito escassos de chuvas, de sorte que tem feito desanimar a alguns por não terem produzido os ditos gêneros, e se terem empenhado com as ditas plantações, ainda que eu os tenha animado para continuarem, e assim o vão fazendo. No que respeita da grandeza, e porte dos navios que podem aqui se abordar, digo a Vossa Excelência que pode vir, por agora, a esta porto uma embarcação da lotação de trezentas caixas, porque esta se pode carregar de açúcar, algodões, couros e alguma sola, porém não neste anos, porquanto os efeitos dele já se exportaram para Pernambuco e só para o ano vindouro, fazendo-me Vossa Excelência a mercê de avisar-me de certeza de vir, para eu deter os gêneros e cientificar aos agricultores, e todos os mais desta Capitania para se animarem com mais freqüência tanto nas suas plantações, como em procurar os mais gêneros, e os exportarem para este porto, na esperança de terem melhor estabelecimento nos seus negócios. E quanto a facilidade de estabelecer aqui alfândega, onde os gêneros paguem tanto, quanto pagam nos outros portos do Brasil, respondo a Vossa Excelência que nesta cidade há o ofício de Juiz de Alfândega, o qual  anda anexo ao que serve o cargo de Provedor da Fazenda Real, como também o de Escrivão de Alfândega ao de Escrivão da Fazenda Real, cujos cargos há muitos anos assim se acham estabelecidos, pelo que me parece, falando reverente, que estando este Juízo já criado de tão antigo, e existindo não haverá dúvida de facilidade de pagarem os direitos que se devem pagar na alfândega, assim como se pagam nos outros portos do Brasil, e só se necessitará criarem-se  alguns oficiais mais, que forem precisos a mesma alfândega.
Cidade do Natal do Rio Grande do Norte em 1 de março de 1799.Caetano da Silva Sanches
Relação das Barras e Enseadas que há nesta Capitania do Rio Grande do Norte, principiando do Sul para o Norte.
De Sagi a Formoza distam quatro léguas, esta tem uma Enseada grande, em que pode nela dar fundo a maior Nau. Da dita Formoza a Barra do Cunhaú dista uma légua, esta Barra é estreita, e tem uma pedra no meio em que só entram barcos a carregar os efeitos daquele Distrito com risco. Do dito Cunhaú a Pipa distam duas léguas, esta tem uma Enseada grande que podem dar fundo defronte da primeira barreira que faz no meio da Enseada, embarcações de alto bordo. Da Pipa a Tabatinga medem só quatro léguas, esta tem uma Enseada pequena aonde dão fundo barcos por causa de tempo. De Tabatinga ao Pirangi distam três léguas, tem esta uma Enseada pela parte Norte, em que podem dar fundo embarcações grandes. Do dito Pirangi a Ponta-Negra distam três léguas, tem esta uma Enseada de quase uma légua de comprido, toda ela muito funda e limpa. Da dita Ponta Negra a Barra desta cidade distam três léguas; esta Barra entre um Picão, e outro tem cinco braças de fundo, e da parte de dentro tem mais de seis, e da parte de fora defronte da Fortaleza  pode fundear embarcações de alto bordo. As ditas Enseadas acima declaradas, e Barra de Cunhaú tudo fica ao Sul desta Cidade.
Para o Norte
Desta dita cidade ao Genipabu distam duas léguas, tem uma grande Enseada com muito fundo e limpa em que podem fundear muitas embarcações pela parte do Norte da ponta. Do dito Genipabu a Ponta Gorda, chamada Cabo de São Roque, distam seis léguas, tudo é limpo, e só em terra é que tem baixo. Do dito Cabo, ou Ponta Gorda a Petitinga distam três léguas, e corre um baixio, ficando pela parte de dentro deste um canal com cinco braças de fundo, por onde navegam barcos, e quando se vêem obrigados do tempo vão dar fundo na dita Petitinga; esta tem uma Enseada com uma légua de comprido muito funda, e limpa. Os ditos baixos são chamados de São Roque, e defronte da dita Petitinga há uma aberta de mais de uma légua de comprido com fundo bastante, e campo em que podem fundear, distante da terra um quarto de légua, pouco mais ou menos, embarcações grandes, e passada esta aberta confrontando com uma barreira vermelha continuam os ditos baixos até os Olhos de Água, que são cinco léguas, ficando-lhe também canal por onde navegam barcos. Dos ditos Olhos de Água até a Cutia distam doze léguas: tem baixos vizinhos a terra, em se livrando deles em toda esta distancia pode dar fundo qualquer embarcação, por ser limpo e fundo. Da dita Cutia até a Caiçara distam três léguas, e como toda esta distancia tudo são baixos, e entre estes há um canal por onde navegam barcos; os baixos que ficam da parte do mar do dito canal ficam distantes da terra três léguas. Da Caiçara a Água-Maré distam sete léguas, tudo são baixos de Coroa de areia com distância de terra duas léguas, e em outras partes menos; ao mar das ditas Coroas três léguas, são baixos de pedra e areia, entre os ditos baixos há um canal por onde navegam os barcos. De Água-Maré a Manoel Gonçalves, Distrito de Assú, distam sete léguas, tem uma Barra, em que só entram barcos em águas vivas, por ter a dita Barra pouco fundo, e os ditos barcos vão aí a carregar sal, peixes, e outros efeitos. Do dito Manoel Gonçalves a Barra do Assú dista uma légua, em que entram barcos em águas vivas por ter a dita Barra pouco fundo, e da parte de dentro é fundo bastante, e é Rio com oito léguas de comprido e um quarto de léguas pouco mais ou menos de largo. Os ditos barcos vão aí carregar sal, peixes, algodões, couros e solas. Da dita Barra do Assú a Ponta do Mel distam seis léguas, toda esta distância é limpa, e livre de baixos, e só os tem perto da terra. Esta Ponta faz uma Enseada limpa em que podem dar fundo pela parte Norte dela embarcações grandes. Da Ponta do Mel a Redonda distam duas léguas, esta tem uma Enseada grande e limpa, e pela parte Norte dela podem dar fundo embarcações grandes, ao Mar da dita Enseada seis léguas, pouco mais ou menos, a caminho de Nordeste tem um baixo, e que chamam Baixo de João Cunha, que terá de comprido um quarto de légua, pouco mais ou menos. Da dita Redonda a Barra de Moçoró distam três léguas, e nela só entram barcos com águas vivas por ter pouco fundo, e da parte de dentro dela é fundo bastante, e tem o Rio na Enseada cinco léguas de comprido, e terá meia légua de largo pouco mais ou menos. Os ditos barcos vão aí a carregar sal, algodões, alguns couros e solas. A dita Barra é o fim desta Capitania. Caetano da Silva Sanches.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011


ÚLTIMA REUNIÃO DO ANO



Caros confrades:

Amanhã, dia 29 de novembro, às 19:30 hs., faremos a última reunião do INRG neste ano. Será novamente no escritório do confrade Carlos Gomes, endereço já conhecido por todos. Na ocasião marcaremos nossa confraternização do natal. Espero contar com suas presenças.

Ormuz Simonetti

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ANTIGOS NOMES DE ALGUNS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

- Afonso Bezerra = Carapebas
- Almino Afonso = Caeira
- Alexandria = Barriguda
- Barcelona = Salgado
- Caicó = Vila do Príncipe
- Carnaubais = Poço da Lavagem
- Coronel Ezequiel = Melão
- Coronel João Pessoa = Baixa de Nazaré
- Doutor Severiano = Mundo Novo
- Eloy de Souza = Caiada de Baixo
- Equador = Periquito
- Espírito Santo = Canabrava
- Francisco Dantas = Tesoura
- Felipe Guerra = Pedra D'abelha
- Frutuoso Gomes = Mineiro
- Gov. Dix-Sept Rosado = São Sebastião e Sebastianópolis
- Ielmo Marinho = Poço Limpo
- Jardim do Seridó = Conceição dos Azevedo
- Janduis = São Bento do Bofete
- João Câmara = Baixa Verde
- José da Penha = Mata
- Macaíba = Coité
- Marcelino Vieira = Panatis e Passagem do Frejó
- Monte Alegre = Bagaço e Quirambu
- Martins = Maioridade
- Nova Cruz = Anta Esfolada e Urtigal
- Nisia Floresta = Papari
- Patu = Junco
- Pedro Avelino = Riacho do Machado
- Pedro Velho - Cuitezeiras
- Rodolfo Fernandes = São José dos Gatos
- São José do Seridó = Bonita
- São Vicente = Saco da Luisa
- Santana do Matos = Bom Bocadinho
- Santo Antonio = Santo Antonio do Salto da Onça
- Serra Caiada = Caiada de Cima
- Umarizal = Gavião
- Upanema = Curral da Várzea e Rua da Palha

Coletado do livro Nomes da Terra de Luiz da Câmara Cascudo
Fundação José Augusto / Coleção Cultura - 1968
 
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Colaboração do leitor Didi Avelino- RJ

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A INTRODUÇÃO DO HINO NACIONAL TEM LETRA!

________________________
Colaboração do leitor BobFurtado

sexta-feira, 11 de novembro de 2011


H O J E  (11-11-2011)
DAS 9 ÀS 17H HAVERÁ ELEIÇÃO PARA RENOVAÇÃO DA DIRETORIA E CONSELHOS DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES DO RIO GRANDE DO NORTE.
LOCAL: NA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS, 443 . SUA PRESENÇA É MUITO IMPORTANTE PARA FORTALECER NOSSA ENTIDADE.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011



III ENCONTRO NORTE-RIO-GRANDENSE DE GENEALOGIA-ENRG/CAICÓ-RN

PROGRAMAÇÃO:
DIA 25/SEXTA-FEIRA

18:30HS-APRESENTAÇÃO DA BANDA RECREIO CAICOENSE;
19HS-ABERTURA DOS TRABALHOS;
19:20HS-DIPLOMAÇÃO DOS SÓCIOS DO INRG;
19:40HS-FALA DO REPRESENTANTE DOS SÓCIOS DIPLOMADOS;
20HS-CÂMARA MUNICIPAL DE CAICÓ FAZ ENTREGA DA COMENDA VILA DO PRÍNCIPE AO HOMENAGEADO DR. SINVAL COSTA;
20:20HS-HOMENAGENS AO GENEALOGISTA SINVAL COSTA PELOS SEUS 80 ANOS, PELOS IRMÃOS: VIVALDO,RIVALDO(BIBI) E VIDALVO COSTA(DADÁ);
21:20HS-PALESTRA COM CLOTILDE SANTA CRUZ TAVARES("FUNDAMENTOS DA GENEALOGIA”);

26/11-SÁBADO

07:00HS- ABERTURA DOS TRABALHOS;
07:30 HS- PALESTRA COM JOÃO BOSCO FERNANDES("FAMÍLIA FERNANDES NO RN E NO NORDESTE DO BRASIL”);
09:00HS-COFFEE BREAK
09:30HS- PALESTRA COM MARCOS PINTO("A GENEALOGIA SOB A ÓTICA DOS INVENTÁRIOS APODIENSES”);
10:40HS- PALESTRA COM ANDERSON TAVARES ("FONTES GENEALÓGICAS MANUSCRISTAS”);
14:00HS- ABERTURA DOS TRABALHOS
14:30HS- PALESTRA COM FRANCISCO DE ASSIS MEDEIROS-“DR. CHIQUINHO” ("OS NOVOS RUMOS DA GENEALOGIA”);
15:30HS- COFFEE BREAK
16:00HS- PALESTRA E LANÇAMENTO DO LIVRO COM JOÃO FELIPE DA TRINDADE ("FONTES PARA A GENEALOGIA”);
*LIVRO:”NOTÍCIAS GENEALÓGICAS DO RN”
19:00HS- ABERTURA DOS TRABALHOS
19:30HS-OFICINA DE GENEALOGIA E INTERNET COM HELDER MACEDO("COMO BAIXAR OS LIVROS DE ASSENTOS PAROQUIAIS DO FAMILY SEARCH”)
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Arysson Soares da Silva - Mensagem sinalizada no dia 3 de Novembro de 2011

COMO FICAR BEM HOSPEDADO EM CAICÓ NO III ENRG NOS DIAS: 25,26 E 27/NOV.

É SÓ LIGAR LOGO PARA:
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Endereço: Av. Cel. Martiniano, 1051
Bairro: Centro
Telefone: (84) 3417-1320
Serviços:
Café da manhã, Estacionamento, Internet, Lavanderia, Serviço de quarto, Tv no quarto

Pousada Acantoar
Tel: (84)34173900
Rua Felipe Guerra, 457 (Centro) - Caicó

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Anna Martins de Macedo e João Marinho de Carvalho
João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN e membro do INRG
Os moradores mais antigos do Rio Grande do Norte, com certeza, têm mais chances de serem ancestrais de milhares de pessoas que habitam nosso Estado, nos dias de hoje. Por isso, vamos transcrever para cá informações que encontramos no fim do século XVII e começo do século XVIII.
Em 06 de outubro de 1688, João Martins de Sá e sua esposa Clara de Macedo batizavam, na Capela de Nossa Senhora da Expectação (Nossa Senhora do O’, Mipibu), sua filha Joanna (Martins), sendo padrinhos Antonio Moreira e Anna da Silveira.  Em 19 de Agosto de 1691, na Capela de Mipibu, batizaram Salvador, sem registro dos padrinhos. Nessa data Dona Clara Macedo, já tinha falecido, possivelmente de parto. Outros filhos do casal João Martins de Sá e Clara de Macedo, que encontramos, não aparecem seus batismos nesse livro de registros da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação. Entretanto, eles são citados como padrinho ou madrinha. Nos registros que confirmam a filiação, eles são apresentados como filhos do capitão João Martins de Sá. Eram eles Anna Martins de Macedo e Manoel Martins de Sá.
Anna Martins de Macedo, em 1703, já aparece casada com João Marinho de Carvalho. É desse casal que damos sequencia a seguir, apresentando os filhos encontrados.
Francisco foi batizado em 13 de outubro de 1706, na Capela de São Gonçalo do Potegi, tendo como padrinhos José Ribeiro e Catherina Duarte, mulher de Manoel Rodrigues Santiago; Ignácio foi batizado em 12 de agosto de 1708, tendo como padrinhos Manoel Rodrigues de Sá e sua irmã Joanna Rodrigues; João e Theodósio foram batizados em 14 de julho de 1704, na capela de Nossa Senhora do O’ da Aldeia do Mipibu, tendo como padrinhos, o primeiro: sargento-mor Diogo Pereira Malheiro e Joanna Martins, filha de João Martins de Sá, e portanto, tia de João, o segundo: capitão João Martins de Sá e Luzia Nunes, filha de Luis (ilegível).
João Marinho de Macedo e seu irmão Ignácio Marinho de Carvalho, ambos moradores na Ribeira do Mipibu, casaram, respectivamente, com duas filhas do Coronel Joseph Gomes Torres e de sua mulher Catherina Barbosa de Lima, na época falecida. Elas se chamavam Joanna Gomes Torres e Feliciana Gomes Torres e eram naturais da Freguesia de Sam Lourenço de Tejucupapo de Pernambuco e moradoras na Freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres do Curato de Goyaninha
O casamento de João e Joanna foi realizado no dia 24 de fevereiro de 1732, na Igreja de Nossa Senhora do O’ da Missão do Mipibu, na presença do Padre Francisco Xavier de Barros e das testemunhas sargento-mor Antonio Rodrigues Santiago, casado, sargento-mor Manuel Teixeira Casado, também casado, Joanna Martins mulher de Joseph Ribeiro de Faria, morador em Goyaninha, Damasia Gomes da Camera, mulher do coronel Theodósio Freyre de Amorim.
O casamento de Ignácio e Feliciana ocorreu  no dia 23 de abril de 1732, também na Igreja de Nossa Senhora de Mipibu, na presença do Padre Antonio de Arahujo e Sousa, e das testemunhas coronel Theodósio Freyre de Amorim, o sargento-mor Bartolomeu Ferreira de Carvalho, casado, Izabel Rodrigues, mulher do alferes Salvador de Arahujo Correa, e Joanna Gomes Torres, mulher do capitão João Marinho de Macedo.
Ignácio assistiu um tempo na Freguesia de Assu, e João na de Nossa Senhora do Socorro de Utinga, por isso, as denunciações foram feitas também nessas freguesias. Outro detalhe interessante era que os nubentes tiveram que justificar que não se tratava de rapto.
Em 14 de julho de 1734, na Capela de Nossa Senhora do O’ da Missão do Mipibu, na presença do Reverendo Padre frei Boaventura (ilegível), missionário apostólico, e das testemunhas coronel Theodósio Freyre de Amorim, o tenente Faustino da Sylveira, Plácida da Sylva Freyre, mulher do dito, e Dona Custódia do Sacramento mulher do sargento-mor Antonio Rodrigues Santiago, casou Clara Martins de Macedo, filha de João Marinho de Carvalho e de Anna Martins de Macedo, com Gaspar Freyre de Carvalho, filho do Coronel Manuel da Sylva Queiros, e Maria da Silva Freyre. Gaspar era morador na Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios do Cajupiranga, tendo assistido na Freguesia do Senhor Sam Miguel das Missões do Guajiru.
Manoel Martins de Sá, que tinha o mesmo nome de um tio, irmão de sua mãe, Anna Martins de Macedo, também casou com uma filha do Coronel José Gomes Torres e Dona Catherina Barbosa de Lima. Ela se chamava Maria Dias (ilegível), morava em Goyaninha e era natural de Sam Lourenço de Tejucupapo, como suas irmãs, acima. Esse casamento foi em 17 de fevereiro de 1738, na Capela de Nossa dos Remédios do Cajupiranga, tendo como celebrante Padre Frei Felix Maria, Capuchino Superior da Missão do Mipibu, e na presença das testemunhas Antonio Cabral, Anna Martins de Macedo, mulher do capitão João Marinho de Carvalho (pais do noivo), Alferes Gaspar Freyre de Carvalho e sua mulher Clara Martins de Macedo.
A título de informação, em 1646, ocorreu a Batalha de Tejucupapo entre holandeses e a população local tendo à frente as quatros mulheres: Maria Quitéria, Maria Camarão, Maria Clara e Joaquina. Tejucupapo era Distrito de Goiana Pernambuco. Visite o site http://putegi.blogspot.com e conheça mais sobre essa batalha.

Prezados colegas do INRG,

Escrevo-lhes para compartilhar algumas fontes de pesquisa que dizem respeito à genealogia do Seridó e, também, efetuar uma consulta acerca de outros manuscritos de genealogia. Compartilhar informações e fontes de pesquisa, acredito, além de saudável, contribui para a disseminação do conhecimento. Nesse sentido, acredito que as fontes que ora vos disponibilizo poderão ser úteis, eventualmente, ou, apenas conhecimento a ser acumulado. 

1) "Genealogia dos nossos antipassados referentes aos differentes ramos de nossa ascendencia q.e são = Medeiros, Araújos, Dantas e Silvas"
Esse tratado de genealogia foi elaborado pelo coronel Manuel Maria do Nascimento Silva (Manuelzinho do Navio) e transcrito para um caderno de anotações em 1909. Antecede uma "Historia das Seccas e suas consequencias desde o começo do ceculo de 1700 athe a presente dacta", que é uma atualização do manuscrito escrito em 1847 pelo seu tio-avô Manuel Antonio Dantas Corrêa e publicado no livro "Secas contra a seca", de Filipe e Teófilo Guerra. Esse estudo de genealogia é bastante representativo pois apresenta uma visão mais geral das genealogias das famílias tradicionais que se construíram no sertão do Seridó a partir da chegada dos conquistadores luso-brasílicos. Tal manuscrito, até onde sabemos, foi utilizado por José Augusto na elaboração do seu "Famílias Seridoenses". Jayme Santa Rosa também cita a contribuição de Manuelzinho do Navio na composição do seu "Acari: fundação, história e desenvolvimento". Hoje o manuscrito de Manuelzinho do Navio encontra-se armazenado no Fundo José Augusto Bezerra de Medeiros, no Laboratório de Documentação Histórica (LABORDOC) do CERES-UFRN. Fiz fotografia do manuscrito, que disponibilizo para download:
Para quem for utilizar esse manuscrito em suas pesquisas, por favor, fazer a citação devida ao arquivo onde encontra-se guardado: LABORDOC. Fundo José Augusto Bezerra de Medeiros. SILVA, Manuel Maria do Nascimento. Genealogia dos nossos antipassados referentes aos differentes ramos de nossa ascendencia q.e são = Medeiros, Araújos, Dantas e Silvas [e] Historia das Seccas e suas consequencias desde o começo do ceculo de 1700 athe a presente dacta. Fazenda do Navio, 16 jul 1909.

2) "Genealogia da familia Dantas"
Uma cópia desse manuscrito encontra-se no acervo pessoal de dom José Adelino Dantas, que encontra-se guardado no Museu Histórico Nossa Senhora das Vitórias, em Carnaúba dos Dantas. Digitalizei essa cópia e também disponibilizo para que vocês façam download. É um manuscrito que historiciza a descendência de Caetano Dantas Corrêa, mas, como está incompleto (finda nos filhos de Alexandre Dantas Corrêa e Joana Francisca de São José), não está assinado. Disponibilizo, também, para que vocês possam opinar sobre a autoria. Essa cópia do manuscrito estava junto com cópias de alguns artigos que José de Azevêdo Dantas (1890-1929) escreveu no início do século XX. Presumo que possa ser de sua autoria ou, ainda, de seu irmão Mamede de Azevêdo Dantas. 
Tenho algumas considerações a fazer que podem elucidar, a partir dos vossos conhecimentos, a autoria desse manuscrito: a) Olavo de Medeiros Filho o utilizou amplamente na composição dos descendentes de Caetano Dantas em seu "Velhas Famílias do Seridó", o que é perceptível apenas a olhar a estrutura da descendência desse livro e do manuscrito; outrossim, na primeira página, para quem conhecia a grafia do mestre Olavo, é claro que é a sua letra, em caneta preta, retocando uma parte esmaecida do documento; b) o autor do documento o produziu no início do século XX, pois, faz referência à "floressente Povoação de Carnaúba", hoje, cidade de Carnaúba dos Dantas (a povoação existiu como tal de 1900 a 1938); c) o autor do documento, também, conheceu o manuscrito de Manuel Antonio Dantas Corrêa (há trechos que são, visivelmente, extraídos dele) e os inventários de Caetano Dantas e seu irmão Gregório Dantas, que são textualmente citados. 
O link para download é o seguinte:

3) Manuscritos de genealogia
Como já comuniquei a vocês em outro e-mail, estou desenvolvendo um trabalho de doutoramento acerca do fenômeno das mestiçagens no Seridó. Concluí um primeiro capítulo da tese, onde discuto, entre outros assuntos, a prática corrente, no Seridó antigo, de se escrever cadernos com apontamentos de genealogia pelos nossos ancestrais em suas fazendas e sítios. Analisei o manuscrito de Manuelzinho de Navio como sendo o mais representativo (até onde conheço), mas, gostaria de indagar de vocês se poderiam me dar informações acerca de outros moradores do Seridó antigo que também deixaram escritos em forma de cadernos de apontamentos acerca de genealogia. Não é o objeto central da tese, mas, gostaria muito de citar mais exemplos, para que essa mera remissão possa inspirar estudos acadêmicos mais profundos sobre genealogia. Por enquanto, nesse capítulo da tese, citei (além do texto de Manuelzinho do Navio) o (por enquanto anônimo) "Genealogia da família Dantas"; o texto Alguns ramos genealógicos que precederam ou se entroncaram em alguns famílias do Nordeste brasileiro, de Clementino Camboim; e as Anotações genealógicas, de Filipe Guerra. 

Saudações,
Helder Macedo

Carta de Caetano Sanches para D. Maria I


Carta para a rainha D. Maria I, pedindo a separação administrativa da Capitania do Rio Grande do Norte da de Pernambuco.
Foi Vossa Majestade Fidelíssima servida promover-me no posto de Governador desta Capitania do Rio Grande do Norte, e persuadido eu da Real Grandeza de Vossa Majestade, a quem eu por mim, e por parte dos mais indivíduos domiciliários da nossa Capitania tributamos a maior humiliação e profunda submissão, como fiéis Vassalos, ponho na Real Presença de Vossa Majestade uma causa importante que Vossa Majestade como Augustíssima Soberana Senhora dará as precisas providências para os mesmos fiéis Vassalos se verem livres dos incômodos que experimentam.
Esta Cidade do Natal é a capital da dita Capitania, e das mais antigas: tem de longitude mais de cento e vinte léguas que confina ao Norte para os Sertões com a Capitania do Ceará Grande, e para o Sul com a da Paraíba: a Barra desta Cidade tem suficiência para por ela entrarem Embarcações de três mastros, como já tem entrado, além de outros muitos Portos também suficientes para qualquer sumaca por grande que seja: aqui se tem excelente Pao-Brasil, e tem saído inumeráveis barcadas dele, também há madeiras de construção, aqui se fabricam finíssimos açucares: aqui produz a terra algodões, e arroz, gêneros de exportação, além dos mais de primeira necessidade: as salinas de sal são as melhores que podem haver, quais são as do Assu e de Mossoró: que a sua produção pode abundar não só para este Continente, mas ainda para toda a América respectiva aos Domínios de Vossa Majestade: as margens dos mares  são de grande utilidade a Praça de Pernambuco, e ainda a da Paraíba, que é socorrida do pescado que anualmente vai desta capitania, e padeceria a mesma Praça se também anualmente não fossem desta Capitania mais de cinco mil cabeças de gado, e antes da rigorosa seca que experimentou mais de quinze: os Engenhos padeceriam e ficariam frustradas as moagens se desta Capitania se lhes não fossem continuadamente novilhos para carros, e animais cavalares para as ditas moagens daqueles que não são de águas, pela maior parte deles serem de bestas, assim chamadas, além de outros gêneros, como sejam couros em cabelo, solas, e couros miúdos. Porém, Augustíssima, e Soberana Senhora, todas estas circunstâncias, que podem fazer opulenta esta Capitania, faz esmorecer os ânimos dos habitantes o jugo em que servem da subordinação dela a de Pernambuco: já por não terem embarcações para exportarem os seus gêneros, e lhes ser necessário dar-lhe extração vendendo aos poderosos, sem lograrem os preços competentes: e já pela falta de correspondência para Lisboa, o que certamente mudará de sistema se os habitantes merecerem igual Graça a que Vossa Majestade foi servida conferir as Capitanias do Ceará Grande, e a da Paraíba de Governo Independente a sujeição de Pernambuco: então se estabeleceria o comércio, ficariam animados para a agricultura, e negociações: conduziriam os seus gêneros, e efeitos para este Porto, para dele se exportarem para Lisboa, sendo Vossa Majestade servida mandar embarcações, e  comprariam as fazendas para as suas negociações nos rematados, e para o vestuário de suas famílias com cômodo, tanto pelos longes que evitam  de  irem  Pernambuco comprá-los com consideráveis despesas, incômodos e riscos, como lhes sairem mais baratos,   e desta sorte pode esta Capitania fazer-se opulenta não só pelo que fica dito a respeito do estabelecimento mais também para aumento da Fazenda  de Vossa Majestade, tanto no aumento dos Dízimos Reais como no mais que pode resultar com considerável diferença a estação presente; porque os Dízimos Reais das Ribeiras desta Capitania, sendo rematadas na mesma terão grande acréscimos nos seu lanços, porquanto os lançadores são dos Sertões desta mesma Capitania que vem lançar, e sendo estes contratos rematados naquela Capital, se rematam pelos da Praça com monopólio, e sociedade entre os interessados, e este tiram os gados para diferentes Capitanias, ficando esta desfraldada nessa parte,  o que não sucederia assim, se finalizassem as rematações dos ditos contratos nesta Provedoria, rematados pelos mesmos habitantes dela, que todos os gados ficariam na mesma, e lhe dariam um grande aumento, para juntamente ser útil ao seu estabelecimento, sendo (ilegível) os habitantes a graça implorada a Vossa Majestade de Independência daquele Governo
Tem também prejuízos a Fazenda de Vossa Majestade pelas grandes despesas que faz esta Provedora com correios que efetivamente versam os caminhos de setenta léguas que distam desta cidade a aquele governo superior. A tropa desta cidade padece o desgosto de estarem servindo a Vossa Majestade com honra, e inteireza sem nota que os impeça aos seus adiantamentos, e havendo postos vagos, sendo eles imediatos, merecendo-os pelos seus serviços, ficam preteridos, porquanto daquele governo superior vem providos  outros, e os desta Praça não vão ter acesso naquela, não obstante eu repetidas vezes por carta de oficio ter representado aos do Governo Interino, que a Companhia que guarnece esta Cidade e Fortaleza tem oficiais, e oficiais inferiores capazes de ocupar os Postos de sargento-mor, ajudante do número do Regimento de Milícias, a nada tem atendido, mandando para sargento-mor do dito Regimento de Milícias a João Rebelo, Quartel Mestre da Companhia de Artilharia de Pernambuco, tendo este homem doze anos de praça pouco mais ou menos, preterindo ao Capitão desta Companhia que tem mais de quarenta anos de Praça; e para ajudante do número do mesmo Regimento Miliciano a Luiz da Costa Ferreira; que sendo cabo de esquadra de um dos Regimentos de Pernambuco, e indo destacado com outros para Ilha de Fernando arribaram aqui por não poderem tomar a dita Ilha: este homem andou caindo pelas ruas desta cidade bêbado de água ardente, e por fim desertou, o que mandei prender, e veio preso de distante desta cidade dez léguas, e quando foi rendido do dito destacamento, e chegou a Pernambuco lhe deram baixa pelos seus maus procedimentos: este dito homem é que me mandaram para Ajudante do Numero do referido Regimento Miliciano, preterindo ao Ajudante supra, homem honrado com inteligência, e capacidade para poder disciplinar o seu Regimento.
Padecem mais os habitantes desta Capitania incômodo pela longitude daquela Capital, que dista aos confins desta Capitania quase duzentas léguas, e lhes é preciso atravessarem ásperos sertões em tempo de verão com travessias de faltas de águas, e pastos para sustentação dos animais em viagens, conquanto em tempo verde ou de inverno, com as inundações de rios caudalosos com muito risco de vida, como tem acontecido, para irem buscar recurso de suas dependências, e muitas vezes sucede voltarem sem ele, por não sofrerem esperar pelas demoras dos despachos, por razão das muitas dependências daquele Governo: e também sucede perderem o êxito de seus pleitos por necessitarem ir segunda vez para mostrarem a verdade da causa pretendida, e pelas circunstâncias referidas não tornam.
Vossa Majestade permita que esta Capitania, que tem extensão e capacidade para se fazer opulenta, isentá-la da subordinação desnecessária daquele Governo de Pernambuco, e com a maior submissão de fiel vassalo rogo a Vossa Majestade se digne mandar que seja regida debaixo de um só Governo que não conheça superior senão a Vossa Majestade e que a Provedoria fique também isenta para dar as suas contas diretamente ao Real Erário, e não a Junta de Pernambuco, pois antes da criação dela as remetia para essa Corte, e os mesmos da dita Provedoria podem servir no Juízo da Alfândega, como de antigo está estabelecido, que o mesmo Provedor da Fazenda de Vossa Majestade serve de Juiz da Alfândega, e assim os mais oficiais salvos alguns que mais for preciso que se poderá criar. Os habitantes desta capitania, Augustíssima e Soberana Senhora, não são de menor condição para Vossa Majestade lhe conferir a graça pretendida ao da Paraíba, porque se ela alcançou por estar esta  vinte e oito léguas em distância de Pernambuco, com quanto mais justiça imploro a Vossa Majestade por estar esta setenta léguas apartada daquela Capital. Espero eu, e todos os habitantes desta Capitania do maternal amor de Vossa Majestade gozarmos esta felicidade, e conseguirmos a graça implorada, pela qual o Altíssimo Deus Soberano remunerará a Vossa Majestade com a sua Divina Graça, e vida dilatada para mais felicidade dos fiéis Vassalos. Cidade do Natal, Capitania do Rio Grande do Norte, 15 de outubro de 1799. De Vossa Majestade, o mais humilde vassalo, Caetano da Silva Sanches.