sábado, 24 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Colonização e Povoamento do Apodi (II) - Curraleiros versus gentio índigena
Marcos Pinto
Nos primeiros tempos de colonização européia no RN, via Bahia (Região do rio São Francisco) e Pernambuco, a região do Apodi não apresentou efetiva ocupação territorial, tendo em vista a forte resistência indígena e as barreiras naturais que dificultavam o acesso. Foram duas as correntes de povoamento do Apodi: A primeira veio de Pernambuco, passando pela Paraíba, de onde desciam pela antiga "Estrada Real", que demandava para a região jaguaribana. Manoel Nogueira seguiu o trajeto desta primeira corrente. A segunda veio pela região do Assu, onde no ano de 1686 ficou aquartelado o famoso "TERÇO DOS PAULISTAS", comandado pelo octogenário Manuel de Abreu Soares.
No livro de REGISTRO DAS SESMARIAS DO RN, consta a concessão de Carta de Data de Sesmaria concedida em 19 de Fevereiro de 1680 a Manoel Nogueira Ferreira, João Nogueira Ferreira, Antonia de Freitas Nogueira, e seus companheiros/requerentes Domingos Martins Pereira, Capitão Bartolomeu Nabo Correia, Alferes Gonçalo Pires de Gusmão, Capitão Luis Braz Bezerra, Capitão Luiz Antunes de Farias e Manoel Roiz da Costa, cuja concessão doava três léguas de terras à cada requerente, cujas terras englobavam os rios "Piranhas" e "Guaxinim", na região do Assu. Conforme consta no mesmo livro de sesmaria, estes requerentes desistiram de povoarem as terras que lhes foram concedidas, no mesmo ano. Ocorre que, já no dia 19 de Abril de 1680 Manoel Nogueira e estes mesmos companheiros recebem a concessão em Apodi, que os índios denominavam apenas de "Pody". Diante este cenário, resta a indagação: Teria Manoel Nogueira e seus irmãos e demais requerentes estado na região do Assu antes de aportarem em Apodi ? No requerimento dão a entender que sim, conforme afirmam: "...Pela qual razão querem povoar nesse sertão e tem dado combate aos tapuias para lhes mostrar onde há terras desaproveitadas....querem povoar ainda que seja com risco de suas pessoas e fazendas, por serem paragens ermas e despovoadas, donde os antigos nunca se atreveram a povoar...". Observe-se que também era comum o fato de que dois ou três bravos colonizadores exploravam as terras e quando as requeriam acrescentavam nomes de amigos e parentes, para açambarcarem vastas extensões de terras, que deram origem aos latifúndios.
A verdade é que o bravo MANOEL NOGUEIRA e família, acompanhados por alguns escravos tiveram uma vida de correrias e tropelias, no enfrentamento da indiada rebelde. Davam, apanhavam, iam embora, retornavam, sendo certo que só tiveram uma certa tranquilidade quando o famoso "TERÇO DOS PAULISTAS" fez uma longa incursão até a lagoa Pody, no ano de 1689, conforme afirma o celebrado e respeitado historiador brasileiro ERNESTO ENES, no volume 127 da Coleção "Brasiliana": "...Pedro de Albuquerque Câmara, Bernardo Vieira de Melo, Valentim Tavares Cabral e Agostinho César de Andrade tomaram parte na marcha que se fez do Olho d'água aos rios paneminha e panema grande, até a lagoa Pody. No combate da lagoa do Apody estiveram outros soldados como João do Monte" . Vide (pág. 409) e Luiz da Silveira Pimentel (pág. 269).
A saga dos NOGUEIRA teve início em 1680, continuando até o dia 11 de Junho de 1685, quando retornaram à Paraíba em busca de recursos, a fim de darem continuidade aos trabalhos de exploração do novo território. Em 17 de Novembro de 1688 ocorreu o famoso embate entre a família NOGUEIRA e os índios Paiins, na margem da lagoa do "Apanha-Peixe", onde tombaram mortos os bravos João Nogueira e Balthazar Nogueira, forçando o grupo familiar a debandarem em fuga para a região jaguaribana, no Ceará. A indômita ANTONIA DE FREITAS NOGUEIRA, que chegara ao Apodi em estado de viuvez, casou no ano seguinte - 1681, com o português Manuel de Carvalho Tinoco, sendo certo que em um dos livros de registro de batizados constante do acervo da Igreja-Matriz de N. Sra. da Apresentação, da cidade de Natal, consta a presença deste casal residindo nas imediações de Natal, em São Gonçalo do Potengi, onde Antonia de Freitas batizou cinco filhos, no período 1695 a 1706.
Quando o Sargento-Mór de Entradas MANOEL NOGUEIRA faleceu em sua fazenda "Outeiro"(Onde hoje é o "Quadro da Rua") em 17 de Janeiro de 1715, toda a várzea do Apody, do sítio "Boqueirão" aos sítios "Santa Rosa" e "Santa Cruz" já estava de posse e domínio de componentes de sua família - filhos, cunhados e parentes afins. Foram os primeiros curraleiros. Os índios do Apodi, que no início da colonização "fervilhavam como formigas" nas margens da lagoa Itaú (Depois lago Pody, e lagoa Apody) e dos rios Panema Grande (Depois rio Apody) e Paneminha (Depois rio Umary), sempre foram alvos da sanha dos conquistadores e dos aventureiros, que não sossegaram enquanto não eliminaram ou segregaram o último sobrevivente dessa raça nativa.
ÍNDIO TAPUIA PAIACUS(Pintura de Eckhout Ano-1641) |
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Versos de Manoel Américo de Carvalho Pita
III ENCONTRO DE GENEALOGIA - CAICÓ - RN - 25 a 27 de novembro de 2011.
FOMOS TODOS CONVIDADOS
PARA PASSARMOS TRÊS DIAS
OUVINDO MUITAS PALESTRAS
QUE NOS TROUXERAM ALEGRIA
PARA ENTENDERMOS CONCEITOS
SOBRE A GENEALOGIA.
GENEALOGIA COMPREENDE
O ESTUDO DOS ANCESTRAIS
QUE VIVERAM EM NOSSA TERRA
HÁ MUITOS ANOS ATRÁS
TEMPOS DOS MEUS BISAVÓS
VIVERAM, NÃO VIVEM MAIS.
25 DE NOVEMBRO EM CAICÓ
NA CÂMARA MUNICIPAL
BIBI E NÓS TODOS PRESTAMOS
UMA HOMENAGEM A SINVAL
PELOS SEUS OITENTA ANOS
E SEU NÍVEL CULTURAL.
A PREFEITURA DE CAICÓ
ABRAÇOS
FOMOS TODOS CONVIDADOS
PARA PASSARMOS TRÊS DIAS
OUVINDO MUITAS PALESTRAS
QUE NOS TROUXERAM ALEGRIA
PARA ENTENDERMOS CONCEITOS
SOBRE A GENEALOGIA.
GENEALOGIA COMPREENDE
O ESTUDO DOS ANCESTRAIS
QUE VIVERAM EM NOSSA TERRA
HÁ MUITOS ANOS ATRÁS
TEMPOS DOS MEUS BISAVÓS
VIVERAM, NÃO VIVEM MAIS.
25 DE NOVEMBRO EM CAICÓ
NA CÂMARA MUNICIPAL
BIBI E NÓS TODOS PRESTAMOS
UMA HOMENAGEM A SINVAL
PELOS SEUS OITENTA ANOS
E SEU NÍVEL CULTURAL.
A PREFEITURA DE CAICÓ
O EVENTO ORGANIZOU
O PROFESSOR JOÃO FELIPE
FOI O COORDENADOR
DESTE EVENTO MAGNÍFICO
POIS ELE É PESQUISADOR
DA ÁREA E ACERVO GENEALÓGICO
É PERITO E ESCRITOR.
DRA. CLOTILDE TAVARES
POETISA, ESTUDIOSA
DAS COISAS DO MEU SERTÃO
ELA FALA EM VERSO E PROSA
ELA TROUXE AO NOSSO ENCONTRO
CONTRIBUIÇÃO VALIOSA.
A TODOS OS PALESTRANTES
TODA NOSSA GRATIDÃO
O PROFESSOR FABIO ARRUDA
E O DR. SANTINO ENTÃO
QUE TROUXERAM AO NOSSO ENCONTRO
GRANDE CONTRIBUIÇÃO.
O ACADÊMICO MARCOS PINTO
E O CONFRADE ANDERSON TAVARES
QUE ADENTRARAM AS PESQUISAS
VISITANDO NOSSOS LARES
CONSOLIDANDO A PESQUISA
EM INCONTÁVEIS LUGARES.
AGRADECEMOS A TODOS
PELA CONTRIBUIÇÃO
NÃO POSSO FALAR EM TODOS
POIS ME FALTA INSPIRAÇÃO
LEVO DE TODOS VOCÊS
ETERNA RECORDAÇÃO.
E AGORA FINALIZANDO
ESSA MINHA REDAÇÃO
DENTRO DA GENEALOGIA
APRENDI UMA PORÇÃO
FOI O COORDENADOR
DESTE EVENTO MAGNÍFICO
POIS ELE É PESQUISADOR
DA ÁREA E ACERVO GENEALÓGICO
É PERITO E ESCRITOR.
DRA. CLOTILDE TAVARES
POETISA, ESTUDIOSA
DAS COISAS DO MEU SERTÃO
ELA FALA EM VERSO E PROSA
ELA TROUXE AO NOSSO ENCONTRO
CONTRIBUIÇÃO VALIOSA.
A TODOS OS PALESTRANTES
TODA NOSSA GRATIDÃO
O PROFESSOR FABIO ARRUDA
E O DR. SANTINO ENTÃO
QUE TROUXERAM AO NOSSO ENCONTRO
GRANDE CONTRIBUIÇÃO.
O ACADÊMICO MARCOS PINTO
E O CONFRADE ANDERSON TAVARES
QUE ADENTRARAM AS PESQUISAS
VISITANDO NOSSOS LARES
CONSOLIDANDO A PESQUISA
EM INCONTÁVEIS LUGARES.
AGRADECEMOS A TODOS
PELA CONTRIBUIÇÃO
NÃO POSSO FALAR EM TODOS
POIS ME FALTA INSPIRAÇÃO
LEVO DE TODOS VOCÊS
ETERNA RECORDAÇÃO.
E AGORA FINALIZANDO
ESSA MINHA REDAÇÃO
DENTRO DA GENEALOGIA
APRENDI UMA PORÇÃO
ABRAÇOS
DE AMERICO PITA
PESQUISADOR DO SERTÃO.
PESQUISADOR DO SERTÃO.
sábado, 3 de dezembro de 2011
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE
C o n v i t e
A Presidência em exercício do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, convida Vossa Excelência e Família, para Sessão solene, em que tomarão posse na categoria de Sócio Efetivo, desta Instituição, os integrantes da lista inclusa, devidamente aprovados pela Diretoria.
Saudará os novos sócios, representando este Instituto, o historiador e escritor,
Marcus César Cavalcanti de Morais. E, em nome dos empossados, falará o historiador João Felipe da Trindade.
Em seguida, fará o juramento em nome dos Sócios, ora empossados, o historiador e folclorista Severino Vicente, e tecerá outras considerações.
Após, em breve alocução, farão apreciação sobre seus novos livros, os sócios Cláudio Galvão e João Felipe da Trindade, respectivamente.
A sua presença abrilhantará o evento
Natal (RN), Dezembro de 2011
Jurandyr Navarro
Presidente em exercício
RELAÇÃO DOS NOVOS SÓCIOS
1. AUGUSTO MARANHÃO
2. AURICÉIA ANTUNES DE LIMA
3. CARLOS ADEL TEIXEIRA DE SOUZA
4. CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
5. GEORGE ANTÔNIO DE OLIVEIRA VERAS
6. GILENO GUANABARA
7. HOMERO DE OLIVEIRA COSTA
8. IVAN LIRA DE CARVALHO
9. JAIR FIGUEIREDO
10. JOÃO FELIPE DA TRINDADE
11. JOSÉ ADALBERTO TARGINO DE ARAÚJO
12. LÍVIO ALVES DE ARAÚJO DE OLIVEIRA
13. LÚCIA HELENA PEREIRA
14. LUIZ EDUARDO BRANDÃO SUASSUNA
15. MARCELO NAVARRO RIBEIRO DANTAS
16. MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO WANDERLEY DE CASTRO
17. MARIA JANDIR CANDÉAS
18. ODÚLIO BOTELHO
19. ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
20. PEDRO VICENTE COSTA SOBRINHO
21. RACINE SANTOS
22. SEVERINO VICENTE
23. UBIRATAN QUEIROZ DE OLIVEIRA
24. UILAME UMBELINO GOMES
Dia 09.12.2011 - 6° feira
Horas: 20:00
Local: Salão Nobre do IHGRN
Rua da Conceição, 622
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Colonização e Povoamento do Apodi (I) - O Marco Zero
COLONIZAÇÃO E POVOAMENTO DO APODI (I) -
O MARCO ZERO.
Marcos Pinto
Processo histórico lento e gradual da ocupação do adusto solo sertanejo, em que consubstancia-se a trajetória de bravura e pujança da honrada família NOGUEIRA, rasgando os sertões da Paraíba para penetrar o "Vale do Jaguaribe", por onde alcançaram a ignota serra, reduto de ferozes indígenas, seguindo suas veredas para, sob a tutela dos seus facões, alargarem-nas e transformarem-nas em picadas, fato referencial que fez com que passassem a denominá-la em batismo toponímico de "SERRA DA PICADA".No silêncio cheio de sol, ao aproximarem-se das terras que se estiravam das bordas da serra para uma piscosa lagoa, tiveram desse portal uma bela visão panorâmica, sedutora e misteriosa.
Do alto da serra, o céu vestia-se de um azul intenso, e mais azul do que ele, os vultos das altaneiras serras do Patu, Portalegre e Martins, perfilando-se em aparados ou talhados. Embriagados de notáveis emoções, divisaram o vasto carnaubal cobrindo de verde as férteis terras de aluvião,que embalavam e ainda embalam nas tardes mornas o farfalhar dos seus leques em misteriosas coreografias. Batizariam com o pomposo referencial toponímico de "Várzeas do Pody", denominação esta que, no ano de 1761, o Juiz Miguel Carlos de Pina Castelo Branco ampliara para "Povoação das Várzeas do Apody". Nesse cenário extasiante sobressaíam-se as contagiantes "vazantes" da lagoa, ampliando o encantamento do elemento branco povoador. Aquí e alí cortava o silêncio o canto característico das seriemas, em seu cacarejo metálico.
Nos primeiros e temerosos contatos com a indiada tapuias paiacus, em que predominavam as recíprocas desconfianças e precauções, os Nogueira devem terem visto e ouvido, curiosos, os silvícolas apontarem para o chão e baterem fortemente nos peitos, a afirmarem em sua linguagem travada, que eram senhores absolutos da terra PODY. Amainados os ânimos da indiada da nação Tarairiús, os NOGUEIRA trataram logo de requerem as primeiras "Datas de Sesmarias", açambarcando, como lhes era de direito, as melhores terras, englobando toda a várzea até as que margeavam a lagoa, estendendo-se até o sopé da serra que eles passaram a denominar, em seus requerimentos de sesmarias, de "SERRA PODY DOS ENCANTOS". Quando as terras requeridas eram distantes, já vizinhas ao Ceará, afirmavam que as terras eram situadas na "SERRA PODY DOS ENCANTOS PARA FORA". Apos todos os ingentes esforços empreendidos na conquista das terras, os bravos NOGUEIRA depararam-se com a insana concorrência dos sesmeiros baianos da família ROCHA PITA, que pleiteavam forçosamente o senhorio das terras requeridas pelos NOGUEIRA, situadas na margem sul da lagoa, onde hoje situa-se o sítio "Garapa", e outros vizinhos, medindo três léguas de comprimento por uma de largura. Não havia como os NOGUEIRA perderem suas concessões sesmeiras, posto que requereram em início do mês de Maio de 1680, e no dia 19 do mesmo mês e ano eram-lhes concedidas pelo então Capitão-Mór do RN. Os ROCHA PITA requereram somente em Junho de 1680.
Na epopéia colonizadora, os indômitos NOGUEIRA protagonizaram incontáveis fatos históricos, num processo evolutivo e audacioso, escrevendo o capítulo especial do povoador inicial, empregando a pólvora e o aço viril, contra o arco e a flecha, tão bem manejadas pelas hábeis mãos da indiada, até então com o senhorio absoluto das plagas de terras ardentes.
Como os tapuias paiacus tinham sua taba principal situada nas terras onde hoje estão encravados os sítios "Barra", "Ponta", "Largo" e "Estreito", a família NOGUEIRA optou por fixarem moradia no outro lado da lagoa, no lugar onde atualmente está encravado o sítio "Garapa", que os NOGUEIRA batizaram inicialmente com o nome de "Braço da lagoa do Cajueiro". Baseado nesta minudência histórica e geográfica, poder-se-á afirmar que este lugar assume a emblemática conotação geográfica de ter sido "O MARCO ZERO DA COLONIZAÇÃO E POVOAMENTO DO APODI". Depois de inúmeros embates, os NOGUEIRA contaram com o reforço bélico do famoso "Terço dos Paulistas", comandado pelo célebre bandeirante paulista Manoel Álvares de Morais Navarro, em cujas hostes figurava o não menos temido DOMINGOS JORGE VELHO. Na celebrada obra histórica intitulada "A GUERRA DOS BÁRBAROS", consta um grande embate da indiada tapuia paiacus com o "Terço dos Paulistas", ocorrido nas margens da lagoa de Apodi, cuja luta teve a duração de três dias.(Vide págs. 181,230,255 e 277). Estranha-se o fato de que os NOGUEIRA não tenham contado com a ajuda espiritual de um sacerdote para ajudá-los no difícil momento do encontro primeiro com a indiada.
Quanto ao venerando capítulo da CATEQUESE INDÍGENA em terras Apodienses, há um longo hiato de 20 anos (1680-1700), posto que, somente em 10 de Janeiro de 1700 os abnegados e virtuosos padres Jesuítas PHILIPE BOUREL e JOÃO GUINCEL declaram oficialmente instalada a "MISSÃO JESUÍTA DA ALDEIA DO LAGO PODY". (Vide livro "HISTÓRIA DA COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL" - Tomo V - Autor: Padre Serafim Leite).
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Posse de novos sócios no IHGRN
SÓCIOS EFETIVOS QUE TOMARÃO
POSSE NO DIA 09/12/2011, NO IHGRN
- AUGUSTO MARANHÃO
- AURICÉIA ANTUNES DE LIMA
- CARLOS ADEL TEIXEIRA
- CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
- GEORGE ANTÔNIO DE OLIVEIRA VERAS
- GILENO GUANABARA
- HOMERO DE OLIVEIRA COSTA
- IVAN LIRA DE CARVALHO
- JAIR FIGUEIREDO
- JOÃO FELIPE DA TRINDADE
- JOSÉ ADALBERTO TARGINO
- LÍVIO ALVES DE ARAÚJO DE OLIVEIRA
- LÚCIA HELENA PEREIRA
- LUIZ EDUARDO BRANDÃO SUASSUNA
- MARCELO NAVARRO RIBEIRO DANTAS
- MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO WANDERLEY DE CASTRO
- MARIA JANDYR CANDÊAS
- ODÚLIO BOTELHO
- ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
- PEDRO VICENTE COSTA SOBRINHO
- RACINE SANTOS
- SEVERINO VICENTE
- UBIRATAN QUEIROZ DE OLIVEIRA
- UILAME UMBELINO GOMES
LISTA ENVIADA PELO IHGRN
Em 30/11/2011
Telefone de Jurandir Navarro
88463274
Barras e Enseadas do Rio Grande do Norte, em 1799
Barras e Enseadas do Rio Grande do Norte, 1799
Ofício do capitão-mor do Rio Grande do Norte Caetano da Silva Sanches ao Secretário de Estado de Mar e Ultramar, Conde de Linhares, D. Rodrigo de Souza Coutinho, enviando relação das Barras e Enseadas existentes no Rio Grande do Norte
Recebi a carta de Vossa Excelência de 20 de agosto de 1798, em que foi servido dizer-me que foi presente a Sua Majestade a minha carta de 25 de abril e a mesma Senhora procurará todos os mais de animar o comercio direto deste governo para essa capital, se eu mandar uma relação exata dos portos que há neste governo, da grandeza e porte dos navios que podem aqui abordar, e da facilidade de estabelecer aqui alfândegas, onde os gêneros paguem tanto, quanto pagam nos outros portos do Brasil.
Em cuja observância remeto a Vossa Excelência a relação inclusa de todos os portos que há neste governo desde o principio dele da parte Sul, até o fim para o Norte; e de todas as Barras nomeadas na dita relação pode entrar na desta cidade embarcação, que nade na água que declara a mesma relação. Esta capitania a vinte e tantos anos é que principiou a ter algum estabelecimento no que respeita as produções da terra, como principal açúcar, e algodões, que antes se ia buscar o primeiro gênero a Pernambuco, e desse tempo para cá, se tem fundada algumas Engenhocas que fabricam seus açucares, e os agricultores empregados nas plantações dos algodões; porém a rigorosa seca que houve em três anos sucessivos, quais foram os de 1791, 1792 e 1793, os derrotou, e depois desses anos de seca tem sido os invernos muito escassos de chuvas, de sorte que tem feito desanimar a alguns por não terem produzido os ditos gêneros, e se terem empenhado com as ditas plantações, ainda que eu os tenha animado para continuarem, e assim o vão fazendo. No que respeita da grandeza, e porte dos navios que podem aqui se abordar, digo a Vossa Excelência que pode vir, por agora, a esta porto uma embarcação da lotação de trezentas caixas, porque esta se pode carregar de açúcar, algodões, couros e alguma sola, porém não neste anos, porquanto os efeitos dele já se exportaram para Pernambuco e só para o ano vindouro, fazendo-me Vossa Excelência a mercê de avisar-me de certeza de vir, para eu deter os gêneros e cientificar aos agricultores, e todos os mais desta Capitania para se animarem com mais freqüência tanto nas suas plantações, como em procurar os mais gêneros, e os exportarem para este porto, na esperança de terem melhor estabelecimento nos seus negócios. E quanto a facilidade de estabelecer aqui alfândega, onde os gêneros paguem tanto, quanto pagam nos outros portos do Brasil, respondo a Vossa Excelência que nesta cidade há o ofício de Juiz de Alfândega, o qual anda anexo ao que serve o cargo de Provedor da Fazenda Real, como também o de Escrivão de Alfândega ao de Escrivão da Fazenda Real, cujos cargos há muitos anos assim se acham estabelecidos, pelo que me parece, falando reverente, que estando este Juízo já criado de tão antigo, e existindo não haverá dúvida de facilidade de pagarem os direitos que se devem pagar na alfândega, assim como se pagam nos outros portos do Brasil, e só se necessitará criarem-se alguns oficiais mais, que forem precisos a mesma alfândega.
Cidade do Natal do Rio Grande do Norte em 1 de março de 1799.Caetano da Silva Sanches
Relação das Barras e Enseadas que há nesta Capitania do Rio Grande do Norte, principiando do Sul para o Norte.
De Sagi a Formoza distam quatro léguas, esta tem uma Enseada grande, em que pode nela dar fundo a maior Nau. Da dita Formoza a Barra do Cunhaú dista uma légua, esta Barra é estreita, e tem uma pedra no meio em que só entram barcos a carregar os efeitos daquele Distrito com risco. Do dito Cunhaú a Pipa distam duas léguas, esta tem uma Enseada grande que podem dar fundo defronte da primeira barreira que faz no meio da Enseada, embarcações de alto bordo. Da Pipa a Tabatinga medem só quatro léguas, esta tem uma Enseada pequena aonde dão fundo barcos por causa de tempo. De Tabatinga ao Pirangi distam três léguas, tem esta uma Enseada pela parte Norte, em que podem dar fundo embarcações grandes. Do dito Pirangi a Ponta-Negra distam três léguas, tem esta uma Enseada de quase uma légua de comprido, toda ela muito funda e limpa. Da dita Ponta Negra a Barra desta cidade distam três léguas; esta Barra entre um Picão, e outro tem cinco braças de fundo, e da parte de dentro tem mais de seis, e da parte de fora defronte da Fortaleza pode fundear embarcações de alto bordo. As ditas Enseadas acima declaradas, e Barra de Cunhaú tudo fica ao Sul desta Cidade.
Para o Norte
Desta dita cidade ao Genipabu distam duas léguas, tem uma grande Enseada com muito fundo e limpa em que podem fundear muitas embarcações pela parte do Norte da ponta. Do dito Genipabu a Ponta Gorda, chamada Cabo de São Roque, distam seis léguas, tudo é limpo, e só em terra é que tem baixo. Do dito Cabo, ou Ponta Gorda a Petitinga distam três léguas, e corre um baixio, ficando pela parte de dentro deste um canal com cinco braças de fundo, por onde navegam barcos, e quando se vêem obrigados do tempo vão dar fundo na dita Petitinga; esta tem uma Enseada com uma légua de comprido muito funda, e limpa. Os ditos baixos são chamados de São Roque, e defronte da dita Petitinga há uma aberta de mais de uma légua de comprido com fundo bastante, e campo em que podem fundear, distante da terra um quarto de légua, pouco mais ou menos, embarcações grandes, e passada esta aberta confrontando com uma barreira vermelha continuam os ditos baixos até os Olhos de Água, que são cinco léguas, ficando-lhe também canal por onde navegam barcos. Dos ditos Olhos de Água até a Cutia distam doze léguas: tem baixos vizinhos a terra, em se livrando deles em toda esta distancia pode dar fundo qualquer embarcação, por ser limpo e fundo. Da dita Cutia até a Caiçara distam três léguas, e como toda esta distancia tudo são baixos, e entre estes há um canal por onde navegam barcos; os baixos que ficam da parte do mar do dito canal ficam distantes da terra três léguas. Da Caiçara a Água-Maré distam sete léguas, tudo são baixos de Coroa de areia com distância de terra duas léguas, e em outras partes menos; ao mar das ditas Coroas três léguas, são baixos de pedra e areia, entre os ditos baixos há um canal por onde navegam os barcos. De Água-Maré a Manoel Gonçalves, Distrito de Assú, distam sete léguas, tem uma Barra, em que só entram barcos em águas vivas, por ter a dita Barra pouco fundo, e os ditos barcos vão aí a carregar sal, peixes, e outros efeitos. Do dito Manoel Gonçalves a Barra do Assú dista uma légua, em que entram barcos em águas vivas por ter a dita Barra pouco fundo, e da parte de dentro é fundo bastante, e é Rio com oito léguas de comprido e um quarto de léguas pouco mais ou menos de largo. Os ditos barcos vão aí carregar sal, peixes, algodões, couros e solas. Da dita Barra do Assú a Ponta do Mel distam seis léguas, toda esta distância é limpa, e livre de baixos, e só os tem perto da terra. Esta Ponta faz uma Enseada limpa em que podem dar fundo pela parte Norte dela embarcações grandes. Da Ponta do Mel a Redonda distam duas léguas, esta tem uma Enseada grande e limpa, e pela parte Norte dela podem dar fundo embarcações grandes, ao Mar da dita Enseada seis léguas, pouco mais ou menos, a caminho de Nordeste tem um baixo, e que chamam Baixo de João Cunha, que terá de comprido um quarto de légua, pouco mais ou menos. Da dita Redonda a Barra de Moçoró distam três léguas, e nela só entram barcos com águas vivas por ter pouco fundo, e da parte de dentro dela é fundo bastante, e tem o Rio na Enseada cinco léguas de comprido, e terá meia légua de largo pouco mais ou menos. Os ditos barcos vão aí a carregar sal, algodões, alguns couros e solas. A dita Barra é o fim desta Capitania. Caetano da Silva Sanches.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
ÚLTIMA REUNIÃO DO ANO
Caros confrades:
Amanhã, dia 29 de novembro, às 19:30 hs., faremos a última reunião do INRG neste ano. Será novamente no escritório do confrade Carlos Gomes, endereço já conhecido por todos. Na ocasião marcaremos nossa confraternização do natal. Espero contar com suas presenças.
Ormuz Simonetti
Ormuz Simonetti
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
ANTIGOS NOMES DE ALGUNS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
- Afonso Bezerra = Carapebas- Almino Afonso = Caeira
- Alexandria = Barriguda
- Barcelona = Salgado
- Caicó = Vila do Príncipe
- Carnaubais = Poço da Lavagem
- Coronel Ezequiel = Melão
- Coronel João Pessoa = Baixa de Nazaré
- Doutor Severiano = Mundo Novo
- Eloy de Souza = Caiada de Baixo
- Equador = Periquito
- Espírito Santo = Canabrava
- Francisco Dantas = Tesoura
- Felipe Guerra = Pedra D'abelha
- Frutuoso Gomes = Mineiro
- Gov. Dix-Sept Rosado = São Sebastião e Sebastianópolis
- Ielmo Marinho = Poço Limpo
- Jardim do Seridó = Conceição dos Azevedo
- Janduis = São Bento do Bofete
- João Câmara = Baixa Verde
- José da Penha = Mata
- Macaíba = Coité
- Marcelino Vieira = Panatis e Passagem do Frejó
- Monte Alegre = Bagaço e Quirambu
- Martins = Maioridade
- Nova Cruz = Anta Esfolada e Urtigal
- Nisia Floresta = Papari
- Patu = Junco
- Pedro Avelino = Riacho do Machado
- Pedro Velho - Cuitezeiras
- Rodolfo Fernandes = São José dos Gatos
- São José do Seridó = Bonita
- São Vicente = Saco da Luisa
- Santana do Matos = Bom Bocadinho
- Santo Antonio = Santo Antonio do Salto da Onça
- Serra Caiada = Caiada de Cima
- Umarizal = Gavião
- Upanema = Curral da Várzea e Rua da Palha
Coletado do livro Nomes da Terra de Luiz da Câmara Cascudo
Fundação José Augusto / Coleção Cultura - 1968
_________
Colaboração do leitor Didi Avelino- RJ
terça-feira, 22 de novembro de 2011
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
III ENCONTRO NORTE-RIO-GRANDENSE DE GENEALOGIA-ENRG/CAICÓ-RN
PROGRAMAÇÃO:
DIA 25/SEXTA-FEIRA18:30HS-APRESENTAÇÃO DA BANDA RECREIO CAICOENSE;
19HS-ABERTURA DOS TRABALHOS;
19:20HS-DIPLOMAÇÃO DOS SÓCIOS DO INRG;
19:40HS-FALA DO REPRESENTANTE DOS SÓCIOS DIPLOMADOS;
20HS-CÂMARA MUNICIPAL DE CAICÓ FAZ ENTREGA DA COMENDA VILA DO PRÍNCIPE AO HOMENAGEADO DR. SINVAL COSTA;
20:20HS-HOMENAGENS AO GENEALOGISTA SINVAL COSTA PELOS SEUS 80 ANOS, PELOS IRMÃOS: VIVALDO,RIVALDO(BIBI) E VIDALVO COSTA(DADÁ);
21:20HS-PALESTRA COM CLOTILDE SANTA CRUZ TAVARES("FUNDAMENTOS DA GENEALOGIA”);
26/11-SÁBADO
07:00HS- ABERTURA DOS TRABALHOS;
07:30 HS- PALESTRA COM JOÃO BOSCO FERNANDES("FAMÍLIA FERNANDES NO RN E NO NORDESTE DO BRASIL”);
09:00HS-COFFEE BREAK
09:30HS- PALESTRA COM MARCOS PINTO("A GENEALOGIA SOB A ÓTICA DOS INVENTÁRIOS APODIENSES”);
10:40HS- PALESTRA COM ANDERSON TAVARES ("FONTES GENEALÓGICAS MANUSCRISTAS”);
14:00HS- ABERTURA DOS TRABALHOS
14:30HS- PALESTRA COM FRANCISCO DE ASSIS MEDEIROS-“DR. CHIQUINHO” ("OS NOVOS RUMOS DA GENEALOGIA”);
15:30HS- COFFEE BREAK
16:00HS- PALESTRA E LANÇAMENTO DO LIVRO COM JOÃO FELIPE DA TRINDADE ("FONTES PARA A GENEALOGIA”);
*LIVRO:”NOTÍCIAS GENEALÓGICAS DO RN”
19:00HS- ABERTURA DOS TRABALHOS
19:30HS-OFICINA DE GENEALOGIA E INTERNET COM HELDER MACEDO("COMO BAIXAR OS LIVROS DE ASSENTOS PAROQUIAIS DO FAMILY SEARCH”)
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Arysson Soares da Silva - Mensagem sinalizada no dia 3 de Novembro de 2011
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terça-feira, 1 de novembro de 2011
Anna Martins de Macedo e João Marinho de Carvalho
Professor da UFRN e membro do INRG
Os moradores mais antigos do Rio Grande do Norte, com certeza, têm mais chances de serem ancestrais de milhares de pessoas que habitam nosso Estado, nos dias de hoje. Por isso, vamos transcrever para cá informações que encontramos no fim do século XVII e começo do século XVIII.
Em 06 de outubro de 1688, João Martins de Sá e sua esposa Clara de Macedo batizavam, na Capela de Nossa Senhora da Expectação (Nossa Senhora do O’, Mipibu), sua filha Joanna (Martins), sendo padrinhos Antonio Moreira e Anna da Silveira. Em 19 de Agosto de 1691, na Capela de Mipibu, batizaram Salvador, sem registro dos padrinhos. Nessa data Dona Clara Macedo, já tinha falecido, possivelmente de parto. Outros filhos do casal João Martins de Sá e Clara de Macedo, que encontramos, não aparecem seus batismos nesse livro de registros da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação. Entretanto, eles são citados como padrinho ou madrinha. Nos registros que confirmam a filiação, eles são apresentados como filhos do capitão João Martins de Sá. Eram eles Anna Martins de Macedo e Manoel Martins de Sá.
Anna Martins de Macedo, em 1703, já aparece casada com João Marinho de Carvalho. É desse casal que damos sequencia a seguir, apresentando os filhos encontrados.
Francisco foi batizado em 13 de outubro de 1706, na Capela de São Gonçalo do Potegi, tendo como padrinhos José Ribeiro e Catherina Duarte, mulher de Manoel Rodrigues Santiago; Ignácio foi batizado em 12 de agosto de 1708, tendo como padrinhos Manoel Rodrigues de Sá e sua irmã Joanna Rodrigues; João e Theodósio foram batizados em 14 de julho de 1704, na capela de Nossa Senhora do O’ da Aldeia do Mipibu, tendo como padrinhos, o primeiro: sargento-mor Diogo Pereira Malheiro e Joanna Martins, filha de João Martins de Sá, e portanto, tia de João, o segundo: capitão João Martins de Sá e Luzia Nunes, filha de Luis (ilegível).
João Marinho de Macedo e seu irmão Ignácio Marinho de Carvalho, ambos moradores na Ribeira do Mipibu, casaram, respectivamente, com duas filhas do Coronel Joseph Gomes Torres e de sua mulher Catherina Barbosa de Lima, na época falecida. Elas se chamavam Joanna Gomes Torres e Feliciana Gomes Torres e eram naturais da Freguesia de Sam Lourenço de Tejucupapo de Pernambuco e moradoras na Freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres do Curato de Goyaninha
O casamento de João e Joanna foi realizado no dia 24 de fevereiro de 1732, na Igreja de Nossa Senhora do O’ da Missão do Mipibu, na presença do Padre Francisco Xavier de Barros e das testemunhas sargento-mor Antonio Rodrigues Santiago, casado, sargento-mor Manuel Teixeira Casado, também casado, Joanna Martins mulher de Joseph Ribeiro de Faria, morador em Goyaninha, Damasia Gomes da Camera, mulher do coronel Theodósio Freyre de Amorim.
O casamento de Ignácio e Feliciana ocorreu no dia 23 de abril de 1732, também na Igreja de Nossa Senhora de Mipibu, na presença do Padre Antonio de Arahujo e Sousa, e das testemunhas coronel Theodósio Freyre de Amorim, o sargento-mor Bartolomeu Ferreira de Carvalho, casado, Izabel Rodrigues, mulher do alferes Salvador de Arahujo Correa, e Joanna Gomes Torres, mulher do capitão João Marinho de Macedo.
Ignácio assistiu um tempo na Freguesia de Assu, e João na de Nossa Senhora do Socorro de Utinga, por isso, as denunciações foram feitas também nessas freguesias. Outro detalhe interessante era que os nubentes tiveram que justificar que não se tratava de rapto.
Em 14 de julho de 1734, na Capela de Nossa Senhora do O’ da Missão do Mipibu, na presença do Reverendo Padre frei Boaventura (ilegível), missionário apostólico, e das testemunhas coronel Theodósio Freyre de Amorim, o tenente Faustino da Sylveira, Plácida da Sylva Freyre, mulher do dito, e Dona Custódia do Sacramento mulher do sargento-mor Antonio Rodrigues Santiago, casou Clara Martins de Macedo, filha de João Marinho de Carvalho e de Anna Martins de Macedo, com Gaspar Freyre de Carvalho, filho do Coronel Manuel da Sylva Queiros, e Maria da Silva Freyre. Gaspar era morador na Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios do Cajupiranga, tendo assistido na Freguesia do Senhor Sam Miguel das Missões do Guajiru.
Manoel Martins de Sá, que tinha o mesmo nome de um tio, irmão de sua mãe, Anna Martins de Macedo, também casou com uma filha do Coronel José Gomes Torres e Dona Catherina Barbosa de Lima. Ela se chamava Maria Dias (ilegível), morava em Goyaninha e era natural de Sam Lourenço de Tejucupapo, como suas irmãs, acima. Esse casamento foi em 17 de fevereiro de 1738, na Capela de Nossa dos Remédios do Cajupiranga, tendo como celebrante Padre Frei Felix Maria, Capuchino Superior da Missão do Mipibu, e na presença das testemunhas Antonio Cabral, Anna Martins de Macedo, mulher do capitão João Marinho de Carvalho (pais do noivo), Alferes Gaspar Freyre de Carvalho e sua mulher Clara Martins de Macedo.
A título de informação, em 1646, ocorreu a Batalha de Tejucupapo entre holandeses e a população local tendo à frente as quatros mulheres: Maria Quitéria, Maria Camarão, Maria Clara e Joaquina. Tejucupapo era Distrito de Goiana Pernambuco. Visite o site http://putegi.blogspot.com e conheça mais sobre essa batalha.
Prezados colegas do INRG,
Escrevo-lhes para compartilhar algumas fontes de pesquisa que dizem respeito à genealogia do Seridó e, também, efetuar uma consulta acerca de outros manuscritos de genealogia. Compartilhar informações e fontes de pesquisa, acredito, além de saudável, contribui para a disseminação do conhecimento. Nesse sentido, acredito que as fontes que ora vos disponibilizo poderão ser úteis, eventualmente, ou, apenas conhecimento a ser acumulado.
1) "Genealogia dos nossos antipassados referentes aos differentes ramos de nossa ascendencia q.e são = Medeiros, Araújos, Dantas e Silvas"
Esse tratado de genealogia foi elaborado pelo coronel Manuel Maria do Nascimento Silva (Manuelzinho do Navio) e transcrito para um caderno de anotações em 1909. Antecede uma "Historia das Seccas e suas consequencias desde o começo do ceculo de 1700 athe a presente dacta", que é uma atualização do manuscrito escrito em 1847 pelo seu tio-avô Manuel Antonio Dantas Corrêa e publicado no livro "Secas contra a seca", de Filipe e Teófilo Guerra. Esse estudo de genealogia é bastante representativo pois apresenta uma visão mais geral das genealogias das famílias tradicionais que se construíram no sertão do Seridó a partir da chegada dos conquistadores luso-brasílicos. Tal manuscrito, até onde sabemos, foi utilizado por José Augusto na elaboração do seu "Famílias Seridoenses". Jayme Santa Rosa também cita a contribuição de Manuelzinho do Navio na composição do seu "Acari: fundação, história e desenvolvimento". Hoje o manuscrito de Manuelzinho do Navio encontra-se armazenado no Fundo José Augusto Bezerra de Medeiros, no Laboratório de Documentação Histórica (LABORDOC) do CERES-UFRN. Fiz fotografia do manuscrito, que disponibilizo para download:
Para quem for utilizar esse manuscrito em suas pesquisas, por favor, fazer a citação devida ao arquivo onde encontra-se guardado: LABORDOC. Fundo José Augusto Bezerra de Medeiros. SILVA, Manuel Maria do Nascimento. Genealogia dos nossos antipassados referentes aos differentes ramos de nossa ascendencia q.e são = Medeiros, Araújos, Dantas e Silvas [e] Historia das Seccas e suas consequencias desde o começo do ceculo de 1700 athe a presente dacta. Fazenda do Navio, 16 jul 1909.
2) "Genealogia da familia Dantas"
Uma cópia desse manuscrito encontra-se no acervo pessoal de dom José Adelino Dantas, que encontra-se guardado no Museu Histórico Nossa Senhora das Vitórias, em Carnaúba dos Dantas. Digitalizei essa cópia e também disponibilizo para que vocês façam download. É um manuscrito que historiciza a descendência de Caetano Dantas Corrêa, mas, como está incompleto (finda nos filhos de Alexandre Dantas Corrêa e Joana Francisca de São José), não está assinado. Disponibilizo, também, para que vocês possam opinar sobre a autoria. Essa cópia do manuscrito estava junto com cópias de alguns artigos que José de Azevêdo Dantas (1890-1929) escreveu no início do século XX. Presumo que possa ser de sua autoria ou, ainda, de seu irmão Mamede de Azevêdo Dantas.
Tenho algumas considerações a fazer que podem elucidar, a partir dos vossos conhecimentos, a autoria desse manuscrito: a) Olavo de Medeiros Filho o utilizou amplamente na composição dos descendentes de Caetano Dantas em seu "Velhas Famílias do Seridó", o que é perceptível apenas a olhar a estrutura da descendência desse livro e do manuscrito; outrossim, na primeira página, para quem conhecia a grafia do mestre Olavo, é claro que é a sua letra, em caneta preta, retocando uma parte esmaecida do documento; b) o autor do documento o produziu no início do século XX, pois, faz referência à "floressente Povoação de Carnaúba", hoje, cidade de Carnaúba dos Dantas (a povoação existiu como tal de 1900 a 1938); c) o autor do documento, também, conheceu o manuscrito de Manuel Antonio Dantas Corrêa (há trechos que são, visivelmente, extraídos dele) e os inventários de Caetano Dantas e seu irmão Gregório Dantas, que são textualmente citados.
O link para download é o seguinte:
3) Manuscritos de genealogia
Como já comuniquei a vocês em outro e-mail, estou desenvolvendo um trabalho de doutoramento acerca do fenômeno das mestiçagens no Seridó. Concluí um primeiro capítulo da tese, onde discuto, entre outros assuntos, a prática corrente, no Seridó antigo, de se escrever cadernos com apontamentos de genealogia pelos nossos ancestrais em suas fazendas e sítios. Analisei o manuscrito de Manuelzinho de Navio como sendo o mais representativo (até onde conheço), mas, gostaria de indagar de vocês se poderiam me dar informações acerca de outros moradores do Seridó antigo que também deixaram escritos em forma de cadernos de apontamentos acerca de genealogia. Não é o objeto central da tese, mas, gostaria muito de citar mais exemplos, para que essa mera remissão possa inspirar estudos acadêmicos mais profundos sobre genealogia. Por enquanto, nesse capítulo da tese, citei (além do texto de Manuelzinho do Navio) o (por enquanto anônimo) "Genealogia da família Dantas"; o texto Alguns ramos genealógicos que precederam ou se entroncaram em alguns famílias do Nordeste brasileiro, de Clementino Camboim; e as Anotações genealógicas, de Filipe Guerra.
Saudações,
Helder Macedo
Carta de Caetano Sanches para D. Maria I
Carta para a rainha D. Maria I, pedindo a separação administrativa da Capitania do Rio Grande do Norte da de Pernambuco.
Foi Vossa Majestade Fidelíssima servida promover-me no posto de Governador desta Capitania do Rio Grande do Norte, e persuadido eu da Real Grandeza de Vossa Majestade, a quem eu por mim, e por parte dos mais indivíduos domiciliários da nossa Capitania tributamos a maior humiliação e profunda submissão, como fiéis Vassalos, ponho na Real Presença de Vossa Majestade uma causa importante que Vossa Majestade como Augustíssima Soberana Senhora dará as precisas providências para os mesmos fiéis Vassalos se verem livres dos incômodos que experimentam.
Esta Cidade do Natal é a capital da dita Capitania, e das mais antigas: tem de longitude mais de cento e vinte léguas que confina ao Norte para os Sertões com a Capitania do Ceará Grande, e para o Sul com a da Paraíba: a Barra desta Cidade tem suficiência para por ela entrarem Embarcações de três mastros, como já tem entrado, além de outros muitos Portos também suficientes para qualquer sumaca por grande que seja: aqui se tem excelente Pao-Brasil, e tem saído inumeráveis barcadas dele, também há madeiras de construção, aqui se fabricam finíssimos açucares: aqui produz a terra algodões, e arroz, gêneros de exportação, além dos mais de primeira necessidade: as salinas de sal são as melhores que podem haver, quais são as do Assu e de Mossoró: que a sua produção pode abundar não só para este Continente, mas ainda para toda a América respectiva aos Domínios de Vossa Majestade: as margens dos mares são de grande utilidade a Praça de Pernambuco, e ainda a da Paraíba, que é socorrida do pescado que anualmente vai desta capitania, e padeceria a mesma Praça se também anualmente não fossem desta Capitania mais de cinco mil cabeças de gado, e antes da rigorosa seca que experimentou mais de quinze: os Engenhos padeceriam e ficariam frustradas as moagens se desta Capitania se lhes não fossem continuadamente novilhos para carros, e animais cavalares para as ditas moagens daqueles que não são de águas, pela maior parte deles serem de bestas, assim chamadas, além de outros gêneros, como sejam couros em cabelo, solas, e couros miúdos. Porém, Augustíssima, e Soberana Senhora, todas estas circunstâncias, que podem fazer opulenta esta Capitania, faz esmorecer os ânimos dos habitantes o jugo em que servem da subordinação dela a de Pernambuco: já por não terem embarcações para exportarem os seus gêneros, e lhes ser necessário dar-lhe extração vendendo aos poderosos, sem lograrem os preços competentes: e já pela falta de correspondência para Lisboa, o que certamente mudará de sistema se os habitantes merecerem igual Graça a que Vossa Majestade foi servida conferir as Capitanias do Ceará Grande, e a da Paraíba de Governo Independente a sujeição de Pernambuco: então se estabeleceria o comércio, ficariam animados para a agricultura, e negociações: conduziriam os seus gêneros, e efeitos para este Porto, para dele se exportarem para Lisboa, sendo Vossa Majestade servida mandar embarcações, e comprariam as fazendas para as suas negociações nos rematados, e para o vestuário de suas famílias com cômodo, tanto pelos longes que evitam de irem Pernambuco comprá-los com consideráveis despesas, incômodos e riscos, como lhes sairem mais baratos, e desta sorte pode esta Capitania fazer-se opulenta não só pelo que fica dito a respeito do estabelecimento mais também para aumento da Fazenda de Vossa Majestade, tanto no aumento dos Dízimos Reais como no mais que pode resultar com considerável diferença a estação presente; porque os Dízimos Reais das Ribeiras desta Capitania, sendo rematadas na mesma terão grande acréscimos nos seu lanços, porquanto os lançadores são dos Sertões desta mesma Capitania que vem lançar, e sendo estes contratos rematados naquela Capital, se rematam pelos da Praça com monopólio, e sociedade entre os interessados, e este tiram os gados para diferentes Capitanias, ficando esta desfraldada nessa parte, o que não sucederia assim, se finalizassem as rematações dos ditos contratos nesta Provedoria, rematados pelos mesmos habitantes dela, que todos os gados ficariam na mesma, e lhe dariam um grande aumento, para juntamente ser útil ao seu estabelecimento, sendo (ilegível) os habitantes a graça implorada a Vossa Majestade de Independência daquele Governo
Tem também prejuízos a Fazenda de Vossa Majestade pelas grandes despesas que faz esta Provedora com correios que efetivamente versam os caminhos de setenta léguas que distam desta cidade a aquele governo superior. A tropa desta cidade padece o desgosto de estarem servindo a Vossa Majestade com honra, e inteireza sem nota que os impeça aos seus adiantamentos, e havendo postos vagos, sendo eles imediatos, merecendo-os pelos seus serviços, ficam preteridos, porquanto daquele governo superior vem providos outros, e os desta Praça não vão ter acesso naquela, não obstante eu repetidas vezes por carta de oficio ter representado aos do Governo Interino, que a Companhia que guarnece esta Cidade e Fortaleza tem oficiais, e oficiais inferiores capazes de ocupar os Postos de sargento-mor, ajudante do número do Regimento de Milícias, a nada tem atendido, mandando para sargento-mor do dito Regimento de Milícias a João Rebelo, Quartel Mestre da Companhia de Artilharia de Pernambuco, tendo este homem doze anos de praça pouco mais ou menos, preterindo ao Capitão desta Companhia que tem mais de quarenta anos de Praça; e para ajudante do número do mesmo Regimento Miliciano a Luiz da Costa Ferreira; que sendo cabo de esquadra de um dos Regimentos de Pernambuco, e indo destacado com outros para Ilha de Fernando arribaram aqui por não poderem tomar a dita Ilha: este homem andou caindo pelas ruas desta cidade bêbado de água ardente, e por fim desertou, o que mandei prender, e veio preso de distante desta cidade dez léguas, e quando foi rendido do dito destacamento, e chegou a Pernambuco lhe deram baixa pelos seus maus procedimentos: este dito homem é que me mandaram para Ajudante do Numero do referido Regimento Miliciano, preterindo ao Ajudante supra, homem honrado com inteligência, e capacidade para poder disciplinar o seu Regimento.
Padecem mais os habitantes desta Capitania incômodo pela longitude daquela Capital, que dista aos confins desta Capitania quase duzentas léguas, e lhes é preciso atravessarem ásperos sertões em tempo de verão com travessias de faltas de águas, e pastos para sustentação dos animais em viagens, conquanto em tempo verde ou de inverno, com as inundações de rios caudalosos com muito risco de vida, como tem acontecido, para irem buscar recurso de suas dependências, e muitas vezes sucede voltarem sem ele, por não sofrerem esperar pelas demoras dos despachos, por razão das muitas dependências daquele Governo: e também sucede perderem o êxito de seus pleitos por necessitarem ir segunda vez para mostrarem a verdade da causa pretendida, e pelas circunstâncias referidas não tornam.
Vossa Majestade permita que esta Capitania, que tem extensão e capacidade para se fazer opulenta, isentá-la da subordinação desnecessária daquele Governo de Pernambuco, e com a maior submissão de fiel vassalo rogo a Vossa Majestade se digne mandar que seja regida debaixo de um só Governo que não conheça superior senão a Vossa Majestade e que a Provedoria fique também isenta para dar as suas contas diretamente ao Real Erário, e não a Junta de Pernambuco, pois antes da criação dela as remetia para essa Corte, e os mesmos da dita Provedoria podem servir no Juízo da Alfândega, como de antigo está estabelecido, que o mesmo Provedor da Fazenda de Vossa Majestade serve de Juiz da Alfândega, e assim os mais oficiais salvos alguns que mais for preciso que se poderá criar. Os habitantes desta capitania, Augustíssima e Soberana Senhora, não são de menor condição para Vossa Majestade lhe conferir a graça pretendida ao da Paraíba, porque se ela alcançou por estar esta vinte e oito léguas em distância de Pernambuco, com quanto mais justiça imploro a Vossa Majestade por estar esta setenta léguas apartada daquela Capital. Espero eu, e todos os habitantes desta Capitania do maternal amor de Vossa Majestade gozarmos esta felicidade, e conseguirmos a graça implorada, pela qual o Altíssimo Deus Soberano remunerará a Vossa Majestade com a sua Divina Graça, e vida dilatada para mais felicidade dos fiéis Vassalos. Cidade do Natal, Capitania do Rio Grande do Norte, 15 de outubro de 1799. De Vossa Majestade, o mais humilde vassalo, Caetano da Silva Sanches.
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