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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O distrito da Pipa, as praias e seus nomes primitivos

Por ORMUZ BARBALHO SIMONETTI

DUNAS DA DIVISA TIBAU/PIPA

Quem se desloca da cidade de Tibau do Sul para a praia da Pipa utilizando a antiga estrada carroçável por cima das falésias, logo vai passar por duas grandes dunas de areia postadas uma ao lado da outra. Tradicionalmente são essas dunas, que estabelecem o limite entre a praia de Tibau do Sul e Pipa. O local é de fácil identificação, pois é lugar de parada obrigatória, aos que querem apreciar uma das mais belas vistas daquele litoral.

Nessa área a falésia é desprovida de qualquer vegetação e sua constituição mistura-se entre a argila vermelha, que predomina toda a região, e a argila de cor branca, mais presente especificamente nesse local.
Ao descer a falésia encontramos a primeira das 11 praias que compõe o complexo de praias do distrito da Pipa. O nome Cacimbinhas vem de antigas cacimbas de água doce que se localizavam próximas as falésias. Bastava cavar um pouco e logo a água doce e cristalina aflorava com facilidade.

Em seguida vem a praia do Madeirinho. O nome esta diretamente ligado a próxima praia, denominada Madeiro, por ter as mesmas características geográficas, porém em tamanho reduzido.

PRAIA DO MADEIRO

Já a praia do Madeiro recebeu esse nome em virtude da existência de uma baía de águas calmas no lado norte da falésia. Era lá onde os franceses ancoravam suas naus e abasteciam com o nosso pau-brasil. A madeira conseguida através de escambo se destinava ao continente europeu onde era vendida a peso de ouro para ser utilizada como corante nas indústrias de tecidos.


PRAIA DO CURRAL DO CANTO

A seguir, na outra ponta da enseada, localiza-se a praia do Curral do Canto, ou praia do Canto ou ainda como é conhecida atualmente, Baía dos Golfinhos.
Circulando a falésia que se projeta em direção ao mar, chega-se a praia da Baixinha. Essa praia é muito freqüentada por veranistas e turistas quando acontecem marés baixas, ocasião em que diversas piscinas ficam à mostra em meio aos recifes de coral. Além do banho maravilhoso, não é difícil o freqüentador ser contemplado com a visão de alguns animais marinhos, além de pequenos peixes multicor, que habitam aquelas piscinas.

PRAIA DA BAIXINHA

Prosseguindo, chega-se a praia do Porto de Baixo contígua à praia do Porto, onde são ancoradas as embarcações. Por ocasião das marés de vazante, os recifes de coral ficam à mostra impedindo a entrada dos barcos no porto. Então as embarcações que precisam chegar ao ancoradouro utilizam a rota do porto de baixo, onde parte dos recifes ficam submersos, permitindo a navegação com segurança.
Chega-se então a praia do Centro onde se localizam a maioria das casas de veraneio e o comercio a beira mar.

PRAIA DO PORTO

Após a praia do Centro que se estende até o morro do Castelo (nome do antigo proprietário) chega-se a praia denominada Poço das Mulheres. Esse local recebeu essa denominação, pois em épocas passadas, era onde as mulheres da comunidade utilizavam para toma banho. Como não conheciam roupas apropriadas, tomavam banho completamente despidas. O local era bastante deserto e raramente alguém se aventurava por lá.
A próxima praia é Afogados. Nesse local o mar é aberto e não existem as formações de recifes de coral. A praia é muito freqüentada principalmente por turistas. A constância das fortes ondas impulsionadas pelos ventos advindos de sua localização atrai praticantes de esportes náuticos, principalmente o surf.

PRAIA DO CENTRO

De lá podemos avistar a praia do Moleque marcada pela sua famosa pedra, que contornada pelas falésias que compõe o Chapadão, nos propicia uma visão espetacular daquela pequena baía, ornada por coqueiros e pequenas dunas que se formam na beira mar. Em seguida vêm as praias mais desertas e consequentemente menos freqüentadas. Cancelas, que recebeu esse nome por sua formação geográfica, praia das Minas, por apresentar algumas inscrições rupestre e por último a praia de Pedra d’água que se limita com o distrito de Sibaúma. O nome vem de antigas poças de água de chuva que se formavam nas pedras existentes no local.

PRAIA AFOGADOS E ENSEADA DA PRAIA DO MOLEQUE

Esse artigo tem por finalidade resgatar, para que não sejam esquecidos, os nomes primitivos dessas praias. Como podemos observar, todas elas foram denominadas pelos ancestrais da comunidade, que utilizaram para isso razões lógicas, como foram descritas. Portanto, comete-se grande injustiça com a própria história do lugar, quando por simples vaidade ou o afã de agradar alguém ou alguns, se comete semelhante desatino. Tem se tornado comum em nosso Estado a constante mudança dos nomes de praças, logradouros e até mesmo de cidades, num constante desrespeito aos seus habitantes, maculando e empobrecendo cada vez mais a nossa história.

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